Bicicleta: uma alternativa econômica e sustentável

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Há três décadas, Altair Bender, 54 anos, pega a bicicleta e pedala de casa até o trabalho, em um percurso que leva cerca de oito minutos. A prática foi adotada pelo professor de Alemão e Português por uma série de razões, como economia de tempo – já que, considerando trânsito e estacionamento, ele conta que leva, pelo menos, 10 minutos quando precisa ir de carro.

Outro aspecto lembrado por Bender é o ambiental: “Essa questão eu acho que é bem importante. A gente deveria tirar um pouco mais os carros de circulação. Em casa, nós temos outras ações sustentáveis também. Separamos o lixo, armazenamos a água da chuva para usar em algumas atividades domésticas e não utilizamos tanto o ar-condicionado”, compartilha.

Em 2022, a revista Communications Earth and Environment publicou uma pesquisa que apontou que, se todas as pessoas se deslocassem de bicicleta todos os dias, as emissões de dióxido de carbono (CO2) seriam reduzidas, anualmente, em 700 milhões de toneladas.

“Eu morei em 2004 na Alemanha e lá eles são muito preocupados com essa questão ambiental. Então, é muito mais comum que as pessoas usem mais as bicicletas no seu dia a dia”, comenta Bender. A experiência europeia apenas reforçou o seu hábito de usar a ‘magrela’ como um meio de transporte cotidiano.

Velha companheira

A relação próxima com a bicicleta começou ainda na infância. Bender se recorda que, quando estudava no quinto ano, seus pais moravam no interior de Venâncio Aires e a escola mais próxima ficava a cinco quilômetros de distância: “O único jeito de ir para lá era de bicicleta, então foi uma necessidade. Não tinha outro jeito. Ir a pé levava muito tempo, não tinha o transporte público. Então eu ia de bicicleta, cinco quilômetros na ida e cinco na volta.”

Aos poucos, a necessidade virou gosto. Mesmo com carro, o professor garante que prefere a bicicleta. “Nos dias que chove e eu tenho que ir dirigindo é sempre um estresse. E fico incomodado quando preciso usar o carro. Meus conhecidos sabem disso, principalmente meus familiares. Então, eu prefiro muito mais andar de bicicleta, inclusive no frio. No frio, no inverno, tu te movimentas cedo. Eu vou, ando uns minutos de bicicleta e chego bem disposto ao trabalho, já aquecido”, comenta.

Cuidados no trânsito e a importância das ciclofaixas

Andar de bicicleta no meio de veículos mais pesados exige muita atenção. O professor Altair Bender, que pedala diariamente, afirma que nunca sofreu nenhum acidente, mas que sabe de histórias de vários outros ciclistas conhecidos que já se machucaram por conta de colisões. “Temos que estar atentos às portas. Às vezes a pessoa sai do carro e não nos enxerga e acaba abrindo a porta quando estamos passando”, relata.

A relação com os demais motoristas também nem sempre é muito amistosa. Embora Bender reconheça que há muitos condutores que respeitam as leis de trânsito e não oferecem perigo para quem está de bicicleta, ele lamenta que outros tantos não costumam ter a mesma compreensão. “Por isso que eu acho que é perigoso. Se não tem uma certa habilidade, fica bem complicada a situação”, conclui.

Ciclovias e ciclofaixas

A existência de ciclovias e ciclofaixas é uma forma de incentivo à prática do ciclismo, que contribui com a mobilidade urbana e o transporte mais sustentável. Em Venâncio Aires, entre as vias que contam com espaço delimitado para o tráfego de bicicletas estão o Acesso Grão-Pará e a rua Salvado Stein Goulart, no bairro Macedo, onde há uma ciclovia que liga o Centro com o bairro Industrial, na RSC-453.

Com a revitalização da Avenida Ruperti Filho, desde 2023, a via também conta com uma ciclofaixa, junto ao canteiro central. A Prefeitura projeta obra semelhante para a Avenida Leonel Brizola, que liga os bairros Bela Vista e Santa Tecla, contribuindo com o trânsito na região oeste da cidade.

Avenida Ruperti Filho conta com ciclofaixa desde 2023 (Foto: Alvaro Pegoraro)

A obra de pavimentação da Estrada Velha, que faz ligação entre o bairro Bela Vista e Linha Hansel, até a RSC-287, também conta com ciclovia.

Outras práticas sustentáveis de transporte

  • Utilizar o transporte público
  • Compartilhar o carro, com caronas
  • Andar a pé ou de bicicleta
  • Abastecer com etanol (menos poluente do que a gasolina)



Juan Grings

Juan Grings

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Repórter na Folha do Mate e na Rádio Terra FM.

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