
O assunto do quarto bloco do debate com os candidatos a prefeito de Venâncio Aires, realizado na noite de quinta-feira, 22, foi a prevenção e redução dos impactos futuros de eventos climáticos extremos, como os de maio deste ano. O espaço foi dedicado ao movimento Novas Páginas, um conjunto de ações da Folha do Mate, Rádio Terra FM e Agência Traço D que visam a sustentabilidade, o cuidado com o meio ambiente e o desenvolvimento econômico e social dos vales do Taquari e Rio Pardo.
Os quatro políticos que colocaram os seus nomes à disposição da comunidade – Cândido Faleiro Neto (PT), Giovane Wickert (PSB), Jarbas da Rosa (PDT) e Maciel Marasca (PP) – responderam a uma pergunta focada nas ações propostas para reduzir os impactos desses eventos. Apenas em Venâncio Aires, mais de 23 mil pessoas foram afetadas pelas cheias históricas registradas em maio deste ano. Parte baixa da cidade, região serrana e localidades do segundo e nono distritos foram castigadas pelas enchentes, com efeitos em lares, lavouras, estradas e pontes, bem como nas empresas. Em razão disso, os candidatos foram provocados a responder à pergunta: “O que o senhor fará, se eleito, para prevenir e reduzir os impactos futuros de eventos climáticos extremos?” Confira as respostas no box.
O que disseram
• Cândido Faleiro Neto (PT): “Vivemos uma crise climática sem precedentes. Tivemos grande aporte de recursos do governo Lula e do ministro Paulo Pimenta para reconstruir o estado. Temos muito trabalho pela frente, unindo todas as esferas e cada uma fazendo a sua parte. Vai levar um tempo, mas o povo gaúcho e de Venâncio é vibrante e vai se reconstruir. Temos um plano para Mariante, que merece posto de saúde e escola, mas nada será como antes, edificado de maneira diferente, com uma boa Defesa Civil, a construção de diques em Linha Sapé para reservar a água do arroio Castelhano e soltar paliativamente, além da retirada de entulhos da foz até a nascente. Não apenas um trabalho paliativo. Tem uma empresa que conhecemos e faz esse processo de forma correta e com experiência. Vamos ajudar os agricultores, as empresas.”
• Giovane Wickert (PSB): “O momento é de união e acho que a comunidade foi sábia e deu esse recado, com toda a ajuda e voluntariado que tivemos. Precisamos estruturar a Defesa Civil, com mais do que apenas R$ 15 mil no orçamento. Precisamos também buscar prevenção para esses eventos, como o desassoreamento do rio Taquari e do arroio Castelhano. Precisa de continuidade, estruturar a Defesa Civil com barcos e coletes, limpar os canais e bueiros, para minimizar os problemas. A limpeza nas galerias e aberturas de pontes secas após as duplicações das RSCs 453 e 287 também. Fazer um Plano Diretor para Mariante e reativar o seu potencial, seja no turismo ou no parque viário, não virar as costas para o local.”
• Jarbas da Rosa (PDT): “Os eventos estão cada vez mais intensos. O que aconteceu em 2024 nunca foi registrado e pode ser superado em breve. Precisamos estar preparados. Estive na linha de frente e na ação humanitária, no restabelecimento e atendimento às comunidades, no interior e na cidade. Tem gente que não apareceu lá, eu estava lá. Temos mais a fazer, limpamos as valetas e sangas, mais de 12 quilômetros, junto com a EGR e a Sacyr [concessionárias das RSCs 453 e 287, respectivamente] para ampliação de galerias e pontes secas. Ainda, um trabalho conjunto com outros municípios para uma Defesa Civil regionalizada e com recursos. Fui o único prefeito que quis bancar os investimentos para equipar a Defesa Civil. Estamos com Plano Diretor e estudo hidrológico em andamento e atendendo a toda a população que ainda precisa.”
• Maciel Marasca (PP): “Futuros eventos climáticos, secas ou cheias, acredito que precisam de uma gestão de riscos, com um plano de estrutura que possa resistir aos dois fatos. Estudo hidrológico, viabilidade da construção de lagoas e lagos. Acredito na construção de um lago na parte do município para ter uma melhor qualidade de água e atender aos nossos agricultores, principalmente de arroz. Não são decisões simples, mas que precisam ser tomadas agora e ser colocadas em prática a longo prazo, que diminuirão o impacto da destruição de residências e comércios, como a criação de galerias e pontes secas, que são essenciais. O caso de Mariante é crítico, precisa ser revista a forma de reconstruir e estarei ao lado da população para reconstruir.”