Depois de mais uma edição do Carnaval de Rua de Venâncio Aires, com duas noites de desfiles na Osvaldo Aranha, a expectativa para o próximo ano é do retorno do Carnaval competitivo na Capital do Chimarrão. As escolas de samba Unidos da Vila Freese, Fiel Tribo Guarani e Acadêmicos do Samba Négo fizeram bonito no sábado, 10, e na segunda, 12. Apresentaram seus sambas enredo para a população. A organização divulgou 30 mil espectadores nas duas noites – 20 mil foliões no sábado e 10 mil na segunda-feira. A Brigada Militar estimou o público em 14 mil pessoas, sete mil em cada noite.
Durante a transmissão do desfile realizada pela Rádio Terra FM, o prefeito Jarbas da Rosa destacou o amadurecimento e envolvimento da comunidade com o Carnaval. “Já vislumbro, em um futuro não muito distante, o Carnaval com troféus. É o meu sonho como gestor público”, declarou. O chefe do Executivo ressaltou que o retorno da competição deve ser “uma vontade intrínseca de todos”, das três escolas de samba e da Liga do Samba de Venâncio Aires (Lisva), que segundo ele, está bem organizada.
“Venâncio Aires pulsa, respira e ama Carnaval, não só pela festa cultural, mas pela questão econômica e social.”
JARBAS DA ROSA
Prefeito de Venâncio Aires
O coordenador de cultura, Sandro Kroth, ressaltou que mais uma vez foi possível presentear a população com o espetáculo das escolas de samba, e que isso justifica o incentivo do poder público para o Carnaval da cidade e do interior, que integra diversos públicos e levanta temas importantes. “Só gratidão a cada um que se envolveu nesta organização. Não se faz nada sozinho, são em torno de 50 envolvidos”, contabilizou. Kroth destacou ainda que Venâncio Aires é o único município da região que mantém viva a cultura do Carnaval Interior. E deu sua opinião a respeito do Carnaval competitivo: “Sou favorável à competição, estimula ainda mais as agremiações carnavalescas.”
Agradecimento
O presidente da Lisva, Valdir Ferreira, também Rei Momo na corte municipal, participou do programa Terra em Uma Hora, na segunda-feira, 12, e afirmou que só tem a agradecer o público que compareceu. Sobre o retorno da competição na programação, ele comentou que acredita ser possível e é o que está procurando fazer, porém defende uma decisão em conjunto de todos que participam do Carnaval. “Assim, podemos conseguir mais incentivo, não só financeiro, mas um aporte para as escolas sem sede terem um local para montarem os carros alegóricos e fazerem o planejamento”, observou.
Ferreira também reforçou que o trabalho das escolas de samba deve acontecer durante todo o ano, em benefício da comunidade, com eventos, oficinas, leis de incentivo e apresentações, inclusive para conseguir mais recursos, já que na “ponta do lápis”, os valores utilizados sempre ultrapassam os recursos públicos recebidos. Outro ponto que deve ser trabalhado é uma maior integração entre o Carnaval da cidade e do interior e a possibilidade dos blocos terem as suas bandas tocando marchinhas na abertura.
“A hora que todos concordarem, é o momento. Se ainda tiverem dúvidas, não dá.”
VALDIR FERREIRA
Presidente da Lisva e Rei Momo, sobre o retorno do Carnaval competitivo
Participaram do desfile, além das escolas, a corte do Carnaval Municipal, com a rainha Tábata Andriele da Silva da Costa e as princesas Larissa Emanueli de Oliveira e Jéssica Fernanda Kist, junto do Rei Momo Valdir Ferreira; corte adulta do Carnaval do Interior, com a rainha Samanta Ferreira e princesas Michele Peise e Daiane Ludwig; corte do Carnaval Infantil do Interior, com a rainha Fernanda Niedermayer e princesas Taína Luiza da Silva e Antonella Fischer Lunardi; e as soberanas da 17ª Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim), com a rainha Marina Severo Jantsch e princesas Larissa Almeida Maciel e Ana Flávia Dornelles de Ávila; além dos blocos infantis e adultos da Associação Carnavalesca do Interior de Venâncio Aires (Aciva).
Avaliação das escolas
O presidente da Unidos da Vila Freese, Guiomar da Rosa, o Guita, afirmou que todos estão de parabéns e faz uma boa avaliação desta edição do Carnaval. “No sábado, a população foi maior, mas isso é normal, já estamos acostumados”, disse Segundo ele, ainda falta atenção das lideranças para mais incentivo na cultura. “Para colocar uma escola na rua é preciso, no mínimo, R$ 100 mil, e quando pedimos a colaboração não nos ajudam. A volta do Carnaval competitivo daria mais força e ânimo para as escolas, a premiação motiva”, ressaltou.
À frente da Fiel Tribo Guarani, Gabriel Luiz de Oliveira avaliou que foi dado um show por parte da escola na Rua Grande, com a parceria, neste ano, da escola Bambas da Orgia, de Porto Alegre. “Demos um show à parte, essa parceria fortaleceu a nossa escola, o samba e a cultura. Ano que vem queremos o Carnaval valendo ponto, queremos título”, reforçou.
Já Flávio Fernando dos Santos Fagundes, presidente da Acadêmicos do Samba Négo, disse que todos da escola se doaram muito e conseguiram entregar um belo show na Osvaldo Aranha. Para ele, em Venâncio, ainda não seria o momento de um evento competitivo, mas com o tempo, a possibilidade pode ser avaliada. “Estamos com as escolas bem niveladas, agora é descansar, depois sentar e começar a trabalhar para o próximo ano”, comentou.
- R$ 40 mil – Foi o valor que cada escola de samba de Venâncio Aires recebeu para o Carnaval 2024.