Como são definidas as gerações?

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A partir deste ano, todos os bebês nascidos passam a integrar o que especialistas nomearam de ‘geração Beta’, marcada pela integração à tecnologia, adaptação à inteligência artificial, preferência por hierarquias mais horizontais e preocupação com questões ligadas à sustentabilidade.

Cada geração de pessoas, por sua vez, tem suas características próprias, e são separadas desde 1883, quando começaram a ser estudadas. Com a ajuda da especialista em Recursos Humanos e professora da Universidade do Vale do Taquari (Univates), Bernardete Bregolin Cerutti, a reportagem traz os principais aspectos de cada uma (ver box).

Ela explica que as gerações são definidas com base em fatores sociais, culturais e tecnológicos que moldam o comportamento das pessoas que nascem em determinados períodos. Esses aspectos são eventos históricos importantes, avanços tecnológicos, mudanças culturais e sociais e tendências econômicas.

As gerações e suas características

Geração Perdida (nascidos entre 1883 e 1900) 
Caracterizada por indivíduos que foram profundamente influenciados pela Primeira Guerra Mundial e pela Gripe Espanhola. O nome Geração Perdida vem do sentido ‘sem direção’, referindo-se ao pós-Primeira Guerra Mundial. Durante a vida adulta estavam num estado de turbulência econômica. 

Geração Grandiosa  (nascidos entre 1901 e 1924) 
Formada pelos indivíduos que cresceram durante a Grande Depressão e depois participaram dos combates da Segunda Guerra Mundial. Valorizavam sacrifícios. 

Geração Silenciosa (nascidos entre 1925 e 1944)
Viveram o pós-guerra e a reconstrução. Foi uma geração que sofreu muitas privações devido ao momento histórico de escassez. Eram pessoas que respeitavam fielmente regras e valores morais, família e trabalho. Geralmente tinham posições hierárquica rígidas e costumavam permanecer fiéis a uma mesma organização. 

Baby Boomers (nascidos entre 1945 e 1960)
O nome faz referência ao aumento das taxas de natalidade por conta do sentimento de segurança pós-Segunda Guerra Mundial. Possuem educação rígida e são conservadores. Valorizam o trabalho, a ascensão profissional e a estabilidade, tanto no emprego como nas finanças, portanto há uma dedicação à organização. Valorizam o status e o poder. Possuem experiência, sabedoria e conhecimento tácito. Dão preferência por qualidade em relação à quantidade e têm dificuldade de adaptação às novas tecnologias. 

Geração X (nascidos entre 1961 e 1983)
Cresceram durante avanços tecnológicos e crises econômicas. São práticos, francos e focados no alcance de resultados, além de céticos e questionadores, sempre em busca de conhecimento. Pensam mais em si mesmos e não se apegam a cargos, estando abertos a mudanças e movimentações de carreira. Buscam trabalho que tenha sentido e que possam atuar com autonomia e liberdade. Nesta geração, é possível observar ruptura com as gerações anteriores e seus paradigmas. Possuem dificuldade em lidar com as novas gerações que cresceram em meio a privilégios inexistentes na sua época, principalmente no início da carreira. 

Millennials (nascidos entre 1984 e 1999)
São mais protegidos e privados de dores e sofrimentos, com ingresso no mercado de trabalho mais tardiamente. Testemunharam a transição digital, portanto têm familiaridade com a tecnologia e com a criatividade, contribuindo para as inovações. A hierarquia nem sempre é respeitada. Possuem habilidades para realizar múltiplas tarefas simultaneamente e responder estímulos inesperados. Para eles, os serviços do Google são extensão do conhecimento: não sabem a resposta, mas sabem onde encontrá-la. São ávidos por conversas e preocupados com propósitos. Às vezes são indivíduos imaturos para perceber que certas dificuldades fazem parte da vida, tendo dificuldades em enfrentar frustrações decorrentes de expectativas irreais e de levar em conta as necessidades dos outros envolvidos e das organizações, focando apenas nas suas necessidades e desejos.

Geração Z (nascidos entre 2000 e 2010)
Recebe este nome por representar a ideia de “zapping”, que é o ato de mudar rapidamente de um canal para outro, refletindo o comportamento dessa geração em relação à tecnologia e mídias digitais. Não imaginam um mundo sem eletrônicos. Conectados, valorizam a flexibilidade, trabalho remoto e controle do próprio tempo. Possuem elevada autoestima, liberdade para falar de igual para igual com todos da organização. A hierarquia não faz sentido para essa geração. Também são impulsivos e gostam de desafios e ideias inovadoras. Os jovens da geração Z têm capacidade de executar multitarefas, buscando crescimento rápido na carreira. Também almejam equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional. Têm dificuldade em aceitar críticas e nem sempre sabem lidar muito bem com as barreiras, o que prejudica o amadurecimento emocional.

Geração Alpha (nascidos entre 2011 e 2024)
São hiperconectados e têm acesso a estímulos desde os primeiros meses de vida. São educados com o uso da tecnologia e possuem forte curiosidade e busca por independência. Exploram sozinhos dispositivos, mas têm dificuldade de concentração, preferindo conteúdos visuais e rápidos. Os nascidos nesse período também desenvolvem hábitos mais sustentáveis. A estrutura familiar é diversa, mas, em geral, eles possuem pais mais velhos e poucos irmãos.

Geração Beta (nascidos de 2024 em diante – previsão até 2039)
O nome vem do alfabeto grego e também faz referência à fase de desenvolvimento de softwares, simbolizando que essa geração será marcada por experimentação, inovação e busca constante por soluções em um mundo em evolução. A geração Beta terá a inteligência artificial como parte natural de sua realidade, influenciando suas formas de pensar, aprender e interagir. Deve assistir a uma mudança demográfica significativa como o envelhecimento da população global, queda nas taxas de fertilidade e aumento da expectativa de vida, desafiando as economias internas com a massa crescente de aposentados. Também devem ser moldados pela sustentabilidade e mudanças globais.



Juan Grings

Juan Grings

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Repórter na Folha do Mate e na Rádio Terra FM.

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