Descarte de medicamentos não deve ser feito no lixo comum; saiba o que fazer

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Os medicamentos, que são grandes aliados no tratamento ou, até mesmo, na prevenção de doenças, também podem ser vilões para o meio ambiente. Como explica a coordenadora do curso de Farmácia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Ana Paula Helfer Schneider, um simples descuido no descarte dos produtos e das embalagens – como enterrar, descartar no lixo comum ou derramar na pia ou no vaso sanitário – pode causar impactos que são difíceis de medir.

“Esses compostos químicos na natureza nos afetam e nem percebemos, porque ocorre de uma forma discreta. Nem pensamos muito sobre isso. Mas é importante lembrarmos que não existe ‘jogar fora’. Sempre vai para algum lugar”, alerta a especialista.

Os reflexos, como observa Ana Paula, são percebidos na vida humana e animal, além da poluição da natureza. Ela cita um recente estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, que apontou altos níveis de contaminação por medicamentos e substâncias ilícitas. Os recursos hídricos, inclusive, são o principal ponto de preocupação, na opinião da professora, pois essas substâncias podem ser encontradas na água que chega às torneiras.

Outros efeitos do descarte errado

Outro aspecto que resulta do descarte inadequado de medicamentos é a contaminação do solo. “Por vezes, são encontradas pequenas quantidades de antibióticos nesses locais e que, ao entrar em contato com o organismo humano, provocam uma maior resistência bacteriana, o que pode ser muito perigoso para a saúde humana”, alerta.

Além disso, a presença de medicamentos no lixo comum reflete também na exposição de pessoas que precisam manusear nos resíduos, como profissionais da coleta seletiva, que ficam sujeitos a intoxicações acidentais.

Farmácias são pontos de entrega de medicamentos vencidos e embalagens

No Brasil, o decreto 10.388/2020 regulamentou a logística reversa para fomentar o descarte correto de medicamentos. Dessa forma, farmácias devem oferecer um ponto para que os clientes possam depositar produtos vencidos, em desuso ou deteriorados, assim como as embalagens, de forma segura para si e para o meio ambiente. A farmácia Ultramed Popular, em Venâncio Aires, é um exemplo neste sentido.

Farmácia Ultramed Popular tem um ponto fixo para depósito de produtos vencidos ou deteriorados (Foto: Alvaro Pegoraro)

O estabelecimento oferece um espaço dividido em três categorias: pomadas e comprimidos; líquidos e sprays; e caixas e bulas. Quinzenalmente um profissional da empresa Ambinew – voltada à gestão adequada de resíduos – passa no local para fazer o recolhimento.

A coordenadora do curso de Farmácia da Unisc, Ana Paula Helfer Schneider, explica que as organizações contratadas para este serviço são responsáveis por remover o material. “Nesses locais, normalmente os medicamentos são incinerados ou descartados”, explica.

Suplementos

Embora suplementos alimentares, como creatina e whey protein, não sejam considerados medicamentos, eles também não podem ser descartados no lixo comum. Segundo a professora Ana Paula Helfer Schneider, algumas farmácias possuem espaços adequados também para produtos desta categoria.



Juan Grings

Juan Grings

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Repórter na Folha do Mate e na Rádio Terra FM.

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