Entrevista: “Fomos de verdade e 100% entregues ao experimento”, afirma Alisson Hentges

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O primeiro contato foi pela voz, depois veio o encontro presencial, seguido da lua de mel, convivência diária morando juntos e o casamento. Todo este ‘percurso’ durou cerca de um mês. E, muitos casais, não chegaram nem mesmo a concretizar o casamento.

A segunda temporada do reality show Casamento às Cegas, uma produção da Endemol Shine Brasil, transmitido pela plataforma de streaming Netflix, deu muito o que falar e é sucesso em diversos países. Cinco casais participaram da edição brasileira, mas somente um deles segue ‘firme e forte’ na relação: o venâncio-airense Alisson Hentges, 28 anos, e a carioca Thamara Terez, 30.

A Netflix Brasil divulgou na quarta-feira, 1º de fevereiro, o episódio final da segunda temporada do reality, com o reencontro dos participantes e os desdobramentos dos relacionamentos após o período de gravação do programa.

Ainda no reality, Alisson Hentges e Thamara Terez se destacaram pela sintonia e por conseguirem chegar a uma conexão forte mesmo antes de se encontrarem pessoalmente. Nas redes sociais, recebem muito apoio do público que acompanhou os episódios. Nesta semana, Alisson Hentges – que se inscreveu para participar do programa por incentivo dos amigos – concedeu entrevista à Folha do Mate e falou sobre a experiência.

Entrevista

Folha do Mate: Como foi a reação da família quando falou da participação e depois da concretização do casamento?

Alisson Hentges: Minha família ficou temerosa pela exposição. Ficaram preocupados de sair de certa forma cancelado porque sou muito sincero, falo mesmo, não tenho papas na língua. Eles tinham receio por isso. Com a concretização da participação, eles me apoiaram. Quando fomos gravar no Sul que caiu a ficha deles. Ficamos muito tempo sem celular durante as gravações, mas quando a gente tem acesso, contextualiza tudo o que está acontecendo para a família. Quando chegamos em Venâncio já estavam totalmente favoráveis à minha participação. Eles entenderam que é uma plataforma mundial grande, que é feito de maneira séria, tudo correto. Sempre tive apoio depois que eles entenderam o que estava acontecendo.

Em algum momento você chegou a pensar que foi um erro participar do experimento?

Era muito difícil saber o que aconteceria, é um pulo no escuro. A gente não sabe o que esperar, não conhece ninguém. A gravação é em São Paulo, sabemos como funciona o programa, mas não se sabe o que nos espera, se mudou a dinâmica. É um momento de bastante ansiedade, a gente fica num confinamento pra ficar imerso vivendo aquilo. Passa muita coisa na cabeça, mas nunca pensei em desistir.

Como foi esse período após a finalização das gravações?

Ao fim das gravações, voltei para o Rio Grande do Sul para ficar com a minha família, mas a ideia sempre era me mudar para o Rio de Janeiro. Eu me mudei faz quatro meses e meio mais ou menos. Antes disso, a Thamara foi para o Rio Grande do Sul em uma época de inverno. Ela ficou duas semanas na casa dos meus pais, a gente ficou junto. Não podíamos sair em público porque já tinha boato. Ela revezava as academias que ia porque as pessoas perguntavam e ela não podia dizer. Fomos em um pub uma única vez, em um dia muito frio, não tinha quase ninguém. De resto fizemos coisas caseiras, apresentei para meus amigos, fizemos vários churrascos em casa. Foi um momento muito familiar e de amizade.

A gravação do encontro da Thamara com tua família foi aqui em Venâncio? Onde?

A gravação do encontro foi na chácara dos meus pais, em Linha 17 de Junho. Ficamos em um hotel em Porto Alegre no dia anterior, porque chamaria muito a atenção aqui. Deu boato porque a produtora ligou para marcar os testes de Covid-19 no laboratório. Por isso gravamos e fomos embora. Não deu pra fazer gravação da igreja porque chamaria muito a atenção.

Como está sendo a vida de casado e em uma nova (e grande) cidade?

Morar no Rio de Janeiro está sendo uma experiência muito boa, porque a gente mora próximo à praia, então é bem legal. Porém, o choque de culturas é muito grande, uma realidade totalmente diferente no trânsito, pessoas, cultura, gastronomia, o custo de vida é outro. Todo dia a gente vai aprendendo alguma coisa. Saímos muito escondido, agora vai dar pra conhecer com mais calma.

Em muitos momentos você se emocionou e fez revelações durante o programa, como a questão da adoção. Era algo que você já pensava que queria falar ou aconteceu naturalmente?

A questão da adoção era uma insegurança que eu tinha comigo mesmo que deixei transparecer em outros relacionamentos. No término de um outro relacionamento, uma ex-namorada me deu um toque, falou que não podia ter medo. Morei em Encantado dois anos, peguei período de pandemia e comecei a fazer terapia por diversos motivos. A terapia me ajudou a me desenvolver e a refletir sobre os meus pensamentos e eu consegui expor. O assunto surgia com naturalidade e eu conversava. Sempre fui bastante emotivo, mas guardava muito essas coisas. E com a terapia a gente aprende a falar, contextualizar, a contar para o outro e entender o que está passando internamente.

Quais as principais mudanças na vida de vocês após o programa ir ao ar? Já esperavam tanto apoio e contatos nas redes sociais?

A mudança é simplesmente o fato de eu me sentir seguro comigo mesmo. Quando a gente vai para um experimento desse nível, dessa abrangência, a gente não sabe se é capaz de ser a gente mesmo. Eu fui só eu e por isso que fiquei feliz com a trajetória. Me senti pronto, mais firme nas minhas decisões. As decisões que eu tive eu julguei corretas e realmente foram. A afirmação que eu tive como ser humano, precisei desse experimento pra ter. E, por isso, talvez que a gente teve tanta empatia do público. Fomos de verdade, 100% entregues ao experimento.

O que a Thamara representa na sua vida e o que mudou da época das cabines para agora?

A Thamara representa na minha vida o amor. A gente passa um tempo descrente que pode acontecer e precisa de um experimento desse tamanho e amplitude para reconhecer esse sentimento e ter ele de volta. Das cabines para agora evoluiu bastante. Porque lá era nossa primeira tentativa de se conhecer e a gente convivendo descobre muito mais. A fase do namoro acontece agora com a nossa convivência diária, desafios das contas, de cuidar a casa e tarefas domésticas. No programa, a gente não tem nenhuma preocupação. O período pós que a gente precisou se manter escondido é vida normal, trabalho normal, a vida como ela é.



Cassiane Rodrigues

Cassiane Rodrigues

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), atua com foco nas editorias de geral, conteúdos publicitários e cadernos especiais. Locutora da Rádio Terra FM, tem participação nos programas Terra Bom Dia, Folha 105 1° edição e Terra em Uma Hora.

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