No fim de outubro, estudantes responsáveis por cinco projetos desenvolvidos na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Santo Antônio de Pádua (SAP), de Mato Leitão, estiveram na Feira de Ciências da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Dos cinco trabalhos que representaram a escola da Cidade das Orquídeas, dois – elaborados por alunos do 8º ano na oficina de robótica – foram premiados.
A professora que ministra a oficina, Fabíola Fridolina Griesang, explica que no contraturno escolar, os alunos formaram grupos e definiram suas ideias de projeto. “Desde o ano passado, quando fomos selecionados para algumas feiras, os alunos viram o potencial com os projetos que eram feitos”, afirma. Durante o evento, os estudantes foram acompanhados pelas professoras Simone Rosa e Sandra Kroth Stertz.
Um dos projetos é o ‘Ecoguia: dispositivo de locomoção para pessoas cegas em uma caminhada mais segura’, que foi projeto destaque na categoria educação não-formal, desenvolvido pelos estudantes Quéren Assis Kroth e Matheus Casimiro da Costa. O objetivo da proposta é fazer um protótipo que ajude pessoas cegas a evitar acidentes durante a locomoção, principalmente com relação aos obstáculos no caminho e, ao mesmo tempo, dar mais confiança e a possibilidade de uma vida social mais ativa. O projeto consiste em uma bengala com sensor de aproximação que emite um determinado som conforme a proximidade com obstáculos. “Os alunos quiseram desenvolver um projeto de inclusão, que é um tema muito falado e, às vezes, pouco é feito para de fato incluir”, explica Fabíola.
O segundo projeto é o ‘Criando um dispositivo para alertar a comunidade das enchentes’, que recebeu menção honrosa na categoria educação não-formal. O tema foi escolhido pelas alunas Yasmin Dörr de Andrade e Luísa Gabriela de Azevedo, logo após o episódio de enchentes registrado no mês de maio em todo o estado. A ideia é de um dispositivo que as pessoas possam ter perto de suas casas ou locais de aviso, para que quando a água alcance determinado nível, sejam emitidos sons e luzes e as pessoas tenham tempo hábil de sair das suas casas com segurança, bem como preservar itens importantes e memórias familiares. “Elas tiveram muita empatia, cuidaram com a forma de fazer perguntas às vítimas e observaram que, na maioria dos casos, mesmo avisando as pessoas não acreditavam e não saíam de suas casas. Depois era tarde demais para conseguir”, observa Fabíola.
Reconhecimento
Fabíola considera que os momentos de apresentação fora da escola são importantes e reforçam o empenho dos estudantes com o que é desempenhado dentro do educandário. “Fomos com cinco projetos e ter dois premiados já é um reconhecimento muito legal, ainda mais que são temas relevantes para a sociedade. Os alunos percebem que o trabalho deles está no caminho certo”, comenta a educadora.
A professora também reforça a ideia de que muitas pessoas acreditam que a robótica só é usada para construir equipamentos eletrônicos e fazer a programação, mas a oficina envolve também a escolha de temas importantes para serem trabalhados, bem como de componentes que atendam as necessidades, planos e relatórios de pesquisa. “A robótica engloba muitas coisas, faz os alunos irem além, pesquisarem e trabalhar com muitos conteúdos. Os projetos foram bem pensados pelos alunos e por situações que acreditam serem importantes de abordar”, acrescenta.