Após a enchente de abril e maio deste ano – a maior da história de Venâncio Aires -, que atingiu Vila Mariante e Vila Estância Nova, além da região baixa da cidade, os abrigos montados na Capital do Chimarrão chegaram a receber cerca de 250 pessoas, que perderam suas casas e muitos dos seus pertences. E foi nesse ambiente que também brotou a semente da solidariedade. De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social e Habitação, Camilla Capelão, foram vários os grupos que auxiliaram na assistência prestada aos venâncio-airenses desabrigados.
Um deles foi a Igreja Tribo do Rei. Como explica o pastor Lucas Schedler, dentro da organização há diferentes ministérios, e um deles é a Tribo Social, que desenvolve trabalhos com pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O grupo tem ações mensais e que sempre foram um ponto de coleta de itens básicos para serem destinados aos necessitados.
Com a cheia do primeiro semestre de 2024, a Tribo Social resolveu agir de forma mais intensa, especialmente nos abrigos. “Nós recebíamos muitas doações, sempre tivemos muita ajuda, então, a partir de um contato com a Prefeitura, decidimos agir de forma mais direta”, lembra Schedler.
Trabalho nos abrigos
Os cerca de 20 voluntários estavam presentes nos três pontos que foram abertos pelo Executivo Municipal, no ginásio de Linha Mangueirão; no ginásio da Sercsate, no bairro Santa Tecla; e na Comunidade Nossa Senhora de Lourdes, em Vila Estância Nova. Nos locais, os voluntários preparavam e serviam refeições, a partir dos donativos que chegavam. “As doações vinham de pessoas físicas e de empresas. Também recebemos muitos itens de fora do estado, como do Rio de Janeiro”, exalta Lucas Schedler.
A atuação da Tribo Social nos ginásios não se restringia à alimentação. Também partia do grupo a organização de apresentações musicais e distribuição de mensagens positivas aos desalojados, além de brinquedos para animar as crianças. Em uma das oportunidades, inclusive, um videogame foi levado. “Naquele momento, as pessoas precisavam mais do que doações. Às vezes precisavam de uma conversa, de um abraço, de empatia”, observa o pastor.
Além do trabalho nos abrigos, o grupo ligado à Tribo do Rei realizou ações nas casas das pessoas atingidas, especialmente na região baixa de Venâncio Aires, onde, em muitas situações, a água danificou móveis, mas não destruiu as residências. “Para lá, levávamos alguns itens essenciais e ajudávamos nas limpezas das residências”, explica Schedler.