A Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, juntamente da equipe do escritório municipal da Emater/Ascar concluiu o relatório a respeito dos prejuízos causados pelo forte temporal que aconteceu no último dia 16. As informações foram divulgadas na manhã desta quarta-feira, 24, e apontam para perdas que alcançam R$ 2,6 milhões.
Os danos envolvem tanto culturas agrícolas quanto estruturas utilizadas nas propriedades, como galpões e depósitos. No cultivo do milho, o percentual de perda é de 15%, em uma área estimada em 2,5 mil hectares para plantio para venda do grão e para aproveitamento na silagem, com 447 atingidas.
Outra cultura afetada foi o aipim, que sofreu com o excesso de vento, o que prejudica o desenvolvimento vegetativo da planta. A falta de energia elétrica, registrada por diversos dias, também prejudicou o trato e manejo alimentar do rebanho de gado de leite e dos suínos, além da conservação da produção.
O levantamento ainda contabilizou danos em estufas envolvidas na produção de hortaliças destinadas para a merenda escola e comercialização na Central de Abastecimento (Ceasa) e mercados regionais e estadual. Muitos produtores rurais também tiveram prejuízos em galpões, com avarias na estrutura, principalmente no telhado.
(Fonte: AI Prefeitura)
“É preciso erguer a cabeça e seguir em frente”
Por Taís Fortes

Produtores de morango há cinco anos, o casal Valmor e Sirlene Nyland, de 66 anos e 58 anos, respectivamente, contabiliza os prejuízos gerados pelo temporal da última terça-feira. O vento arrancou totalmente duas das quatro estufas de morangos da propriedade, localizada em Linha Boa Esperança Alta, no interior de Mato Leitão, o que atingiu 12 mil pés da fruta.
“Esses morangos estão a céu aberto e sendo queimados pelo sol, além de apodrecerem por causa da umidade”, relata Sirlente. No total, o casal cultiva, com a ajuda da neta Emily Nyland, 17 anos, 24 mil pés de morangos e essa é a principal fonte de renda da família.
“Estou de coração partido, mas agradeço por estar viva e minha família bem. Agora é preciso erguer a cabeça e seguir em frente”, lamenta a agricultora. Conforme orçamentos já feitos pelo casal, o prejuízo com a perda das duas estruturas e com o replantio de, pelos menos, seis mil mudas de morango, deve chegar a R$ 130 mil. “Se não passar disso”, observa a moradora de Linha Boa Esperança Alta.
Além das duas estufas destruídas, as outras estruturas também sofreram avarias e precisarão ser reformadas. Com os transtornos causados pelo temporal, a produção de morangos na propriedade consequentemente reduziu e com isso Valmor e Sirlene não conseguem entregar todas as encomendas que têm.
“Temos entregue muito pouco. Nossa média era de 200 a 300 quilos por semana. Essa semana vai ser menos de 100 quilos.” As vendas são feitas para padarias, bares, clientes particulares e para a merenda escolar de instituições de ensino de Mato Leitão e Venâncio Aires. Para se reerguer, a família vai tentar um financiamento.