Nesta semana iniciou mais uma etapa dos trabalhos que visam a limpeza de valetas e o desassoreamento de sangas e, principalmente, do arroio Castelhano. Principal leito fluvial que corta o município, o arroio sucumbe a uma imensidão de galhos, terra, resíduos e lixo de toda a natureza. “O grande objeto deste trabalho é facilitar o escoamento da água, impedindo que as partes baixas da cidade fiquem alagadas com tanta facilidade”.
O comentário é da engenheira química Carin Gomes, que recentemente assumiu a titularidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), mas que é funcionária de carreira da pasta e conhece muito bem os problemas de alagamentos da Capital do Chimarrão. Carin, ao lado de colegas da pasta e da Patrulha Agrícola, mapeou os trechos com maiores problemas, encaminhou ao Departamento de Recursos Hídricos e agora, com a liberação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), começaram as limpezas de valetas, córregos e sangas que desaguam no Castelhano.
Mas até conseguir a liberação, muito trabalho conjunto precisou ser feito, já que se trata de uma região com mata nativa e seu corte esbarra na liberação. “Andamos por todos os locais e mapeamos oito trechos que necessitam de intervenção, com o objeto de facilitar o escoamento das águas em direção ao Castelhano”, resumiu Carin, ressaltando que, por diversos motivos, aquelas sangas que eram sempre bem abertas, acabaram ficando fechadas e o escoamento da água não acontece de forma adequada.
O trabalho, explica o coordenador técnico administrativo da Patrulha Agrícola, Rodrigo VT, é uma continuação da limpeza iniciada na gestão do prefeito Jarbas da Rosa e vice, Izaura Landim. “No ano passado fizemos o desassoreamento do Castelhano, entre o bairro Battisti e o Passo do Cananéia, depois limpamos as galerias da RSC-453, no denominado ‘cemitério de árvores’, e na sequência limpamos os fundos do Loteamento Benoni e outros dois pontos do bairro Morsch, indo até o Passo das Pedras e finalizando junto ao bairro Diettrich”.
Agora, segue VT, vem o trabalho mais complicado, que é a limpeza de valetas e sangas localizadas às margens do acesso ao bairro Grão-Pará e outras galerias que cortam a cidade e escoam até as partes baixas. A dificuldade, segue o coordenador, é devido a mata fechada, o que impede o acesso das máquinas de grande porte, necessárias para a efetivação do trabalho.
Na segunda e terça-feira, 22 e 23, foram feitas as limpezas de córregos do lado direito do acesso, na primeira ponte, em direção ao interior. “Agora, o trabalho se concentra próximo da segunda ponte, antes do leito original da Sanga do Cambará. Depois vamos para os fundos da rua Júlio de Castilhos, onde há algumas valetas necessitando de uma limpeza detalhada e, na sequência, serão limpas as valetas na Ruperti Filho”, explica. Por fim, segue VT, será feita a limpeza das valetas que escoam pela rua Silveira Martins e seguem em direção ao Castelhano.
Planejado
Carin Gomes explica que o trabalho, que contou com o apoio da bióloga Katiúcia Rodrigues e demais profissionais da Prefeitura, foi planejado para que haja o menor impacto possível na natureza. “Mas mesmo assim, finalizados os trabalhos, faremos uma compensação de toda a vegetação que precisou ser removida. É um trabalho demorado, mas que trará impactos muito positivos”.
A limpeza e desassoreamento, observa VT, não vão acabar totalmente com as enchentes, mas minimizará em muito o sofrimento das famílias e reduzirá sobremaneira os casos de água parada. Ele cita que as áreas são de mata fechada, mas a experiência dos operadores de máquinas da Patrulha Agrícola ajudará a minizar os impactos na natureza.
VT citou que nesta etapa lhe chamou a atenção a presença dos moradores, que acompanham atentamente os trabalhos. “Me disseram que há mais de 30 anos não entrava uma máquina para fazer limpezas. Isso vai fazer a diferença na vida de muitas famílias”, sintetizou.
“O principal objetivo é facilitar o escoamento para que a água que naturalmente desce, mais a água da chuva, chegue ao Castelhano sem interrupções. Além disso, temos que nos preocupar com a água parada, que é fonte de proliferção de mosquitos e outros vetores e também apodrece as árvores.”
CARIN GOMES
Secretária da Semma
“Abrimos caminho a facão para podermos entrar na mata fechada e mapearmos os melhores meios, com o menor impacto possível à natureza e podermos executar o trabalho necessário e agora, com a liberação da Fepam, vamos fazer o desassoreamento de mais oito pontos e minimizar os impactos da cheias para muitas famílias”
RODRIGO VT
Coor. técnico administrativo da Patrulha Agrícola