Em diferentes fases da vida da mulher, muitas dúvidas surgem quando o assunto é saúde. Desde a fase da adolescência, na puberdade, até a temida menopausa, o corpo da mulher passa por diferentes transformações. Com isso, surgem muitas dúvidas e informações erradas. Para desmistificar alguns temas, a médica ginecologista e obstetra Daniela Bruxel, de Venâncio Aires, esclarece mitos e verdades sobre a saúde feminina.

Nenhum método contraceptivo é 100% eficaz
Verdade. Existem alguns métodos que têm um índice de falha muito mais baixo que outros, por exemplo: anticoncepcional hormonal é mais eficaz do que coito interrompido. Mas, até mesmo a laqueadura tubária e a vasectomia, que são métodos definitivos, têm um pequeno índice de falha de acordo com a técnica cirúrgica utilizada.
Dormir sem roupa íntima faz mal à saúde
Mito. Dormir sem roupa íntima pode ser, inclusive, benéfico, pois melhora a circulação, a qualidade do sono, deixa a pele respirar, diminuindo a incidência de vaginites por fungos e bactérias e também colaborando para o tratamento das mesmas e saúde da mulher como um todo.
A vacinação contra o HPV substitui a necessidade de exames preventivos para o câncer de colo uterino
Mito. A vacina não tem 100% de eficácia e depende da resposta imune de cada indivíduo. Além disso, não abrange todos os tipos de HPV, só os mais prevalentes nesse momento na população. A vacina e os preservativos são nossas prevenções primárias ao câncer de colo uterino. O citopatológico de colo é nossa prevenção secundária, pois descobre cedo lesões por HPV, antes de se tornarem câncer.
Ficar com biquíni molhado por muito tempo é prejudicial
Verdade. A umidade e o calor na região genital por tempo prolongado pode favorecer a proliferação de fungos ou bactérias que podem causar corrimento, coceira, ardência ou mau odor.
Sutiã apertado pode causar câncer de mama
Mito. Entretanto, o sutiã apertado pode causar desconforto e dor local, o que muitas vezes leva as mulheres a procurar atendimento médico por medo de câncer.
Metabolismo da mulher é mais lento que o homem, principalmente após a menopausa
Verdade. Por causa das diferenças hormonais e da composição corporal (homens têm mais massa muscular) o metabolismo masculino tende a ser mais eficaz. Após a menopausa, pela queda dos hormônios na mulher, o metabolismo feminino tende a ficar mais lento, pelo aumento da perda de massa muscular e óssea, com maior acúmulo de gordura. Por isso, a importância da prática de atividades físicas regulares em qualquer fase da mulher, mas com ênfase das que estimulam a musculatura, principalmente no climatério e menopausa.
Não menstruar faz mal à saúde
Depende. Mulher em fase reprodutiva sem uso de hormônios devem menstruar regularmente a cada 25-35 dias. Se isso não ocorre pode ser gravidez ou algum desequilíbrio hormonal, e isso a longo prazo pode ser prejudicial. Quando usado método hormonal, DIU ou anticoncepcionais, a ausência da menstruação às vezes é um efeito da medicação ou por bloqueio dos ovários, por diminuição do endométrio (camada do útero que descama na menstruação). Isso pode ser uma opção que não causa prejuízo à saúde e pode ser até benéfico em alguns casos. Porém, existem pessoas que não se sentem bem ou têm efeitos colaterais com o uso de hormônios. Então, cada caso deve ser individualizado.
O período menstrual de mulheres que vivem juntas sincroniza
Mito. Não existem explicações nem provas científicas para essa sincronização. No caso em que ocorrem, é mera coincidência.
Exercícios físicos ajudam a aliviar os sintomas da TPM
Verdade. Exercícios liberam endorfina e serotonina, nos trazem sensação de bem-estar, melhora do humor e ansiedade, das dores e edemas que acompanham o período pré-menstrual.
Mulheres que sofrem da Síndrome dos Ovários Policísticos não podem engravidar
Mito. Na Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) pode haver uma dificuldade em gestar e talvez necessitar de tratamento, pois essas pacientes geralmente têm anovulação – ausência de ovulação – crônica. Porém, pode haver ciclos com ovulação espontânea, o que pode levar a uma gestação. Muitas vezes, essas pacientes demoram a descobrir a gravidez, pois estão acostumadas com a falha da menstruação com vários testes de gravidez negativos.