Desde que Sidônia Dulce Wickert, 75 anos, foi morar na rua Jacob Becker, em 1966, muita coisa mudou. O movimento intenso de carros, o asfaltamento da rua e a construção de prédios importantes como o do Corpo de Bombeiros Militar de Venâncio Aires estão entre os avanços. A aposentada se mudou para a Jacob Becker quando se casou com Alfonso Antônio Wickert (falecido), que era advogado e professor do Colégio Professor José de Oliveira Castilhos, localizado na esquina da casa da família.
Uma das primeiras moradoras a rua, Sidônia acompanhou muito da evolução do local. A mais marcante foi a construção do prédio que recebeu a corporação dos Bombeiros de Venâncio Aires, em 1987, que fica bem em frente à casa da aposentada. “Acompanhei toda construção, meus filhos brincavam na obra e minha filha até chegou a queimar as mãos quando decidiu brincar de descer no cano dos bombeiros”, lembra a professora aposentada.
Sobre a movimentação da guarnição entre um atendimento de urgência e outro, Sidônia destaca que já nem percebe mais e está acostumada com a sirene. “Já nem escuto mais eles saindo e chegando e acabo sabendo dos atendimentos pelas notícias mesmo.”
A professora aposentada ressalta que sempre teve uma boa relação com os bombeiros e se sente muito segura em tê-los como vizinhos. “Lá e cá acabamos conversando com eles, mesmo que a corporação mude, às vezes.” No entanto, os bombeiros da primeira equipe da corporação ficaram marcados na memória de Sidônia. Ela lembra dos bombeiros Ferreira e Silva e do comandante Frota.
Outra lembrança marcante para a aposentada foi quando seu marido faleceu e os bombeiros fizeram revezamento para uma vigília na porta do local do velório, o salão nobre da Câmara de Vereadores – que na época ficava na Prefeitura Municipal. “Eles foram incansáveis”, afirma. Outro fato inesquecível foi quando um dos comandantes do Corpo de Bombeiros bateu em sua porta para pedir o carro emprestado e ir em outra cidade resolver um problema com um familiar doente. “Emprestamos sem nem pensar, sempre tivemos uma relação muito próxima e de confiança”, afirma.
“É muito bom ter o Corpo de Bombeiros na vizinhança, eles acabam cuidando também das casas do entorno e sempre estão em alerta.”
SIDÔNIA DULCE WICKERT
Aposentada
“Vi tudo nascer e crescer”
Moradora da rua Jacob Becker há 57 anos, na quadra entre a Félix da Cunha e a Emílio Selbach, no Centro, Sidônia Wickert observa que o trecho sempre teve poucos moradores, já que há muitos prédios comerciais e de entidades de serviço, como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Corpo de Bombeiros.
Mas os poucos que moram na rua sempre se conheceram. Um dos vizinhos dela, hoje falecido, foi o professor Pedro Beno Bohn, que dá nome à escola localizada em Vila Arlindo. O início do Colégio Oliveira, onde o marido trabalhava, também foi acompanhado por Sidônia. “Vendi muita rifa para a construção do ginásio”, afirma.
O terreno onde mora a aposentada foi adquirido pelo marido antes mesmo do casamento e, após, a casa da família foi construída. No local foram criados os três filhos, Alexandre, Roseane e Cristine, hoje todos estão casados.
Quando olha para a rua hoje, ela destaca o asfalto, que aumentou consideravelmente o movimento de carros. “Anos atrás as crianças até brincavam aqui na rua, agora já não dá mais, os carros vêm em alta velocidade e se torna perigoso.” Um conselho da aposentada é que todos cuidem mais da limpeza, da beleza da rua e da frente de suas casas. “A Prefeitura não pode fazer tudo. Cada um fazendo a sua parte, já muda para melhor a aparência de toda cidade”, reforça
Atualmente, Sidônia ocupa o tempo jogando carta com as amigas e realizando viagens. Além disso, faz todas as tarefas de casa. “O bom é que aqui é pertinho de tudo, consigo fazer muitas coisas a pé e gosto de caminhar.” A companhia dela é o cachorro Aladim, que anima os seus dias, quando os netos Rafaela, Mateus e Isabela estão longe.
- 57 anos – é o tempo em que Sidônia mora na rua Jacob Becker.