No bairro Xangrilá, Chico e Florinda são sinônimos de disposição e energia

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Em uma casa de madeira um pouco afastada da rua asfaltada, reside um casal muito alegre. Francisco, mais conhecido como Chico, de 77 anos, e Florinda Reck, 83, são exemplos de disposição e donos de sorrisos encantadores no bairro Xangrilá. Mesmo estando na área urbana de Venâncio Aires, a propriedade do casal lembra muito o interior. Galinhas correndo no pátio, açudes ao lado da casa e cavalos no campo são fatores que chamam a atenção ao chegar na residência. Segundo Chico, o endereço também é conhecido como pertencente de Linha Herval Mirim. “Desde que nasci, moro neste mesmo local. São 77 anos no mesmo lugar. Vi o bairro crescer e ser a referência de como é hoje”, conta.

A história de amor do casal, que dura 45 anos, iniciou quando Chico trabalhava perto da propriedade onde Florinda morava. “Ele buscava água todos os dias na minha casa quando estava trabalhando lá por perto. Acho que foi amor à primeira vista e a água era uma desculpa para me ver”, brinca Florinda.
Os agricultores aposentados plantaram por muitos anos tabaco e também cultivaram morangos. O galpão que permanece na propriedade é o lugar onde Chico passa a maior parte do tempo de sua rotina. “Não posso parar de fazer minhas atividades. Estou sempre no galpão fazendo alguma coisa. Tenho porcos, galinhas, cavalo e galinha-d’angola, que cuido com muito apreço”, conta Chico.

Atuação social e comunitária

O casal é sócio-fundador da Comunidade Católica Santa Rita de Cássia e, segundo Chico, o terreno onde atualmente está situada a sede foi doado pela avó, Joana Costa, já falecida. O trabalho comunitário sempre esteve presente nos finais de semana dos agricultores. Por muitos anos, eles prepararam a galinhada nas festas do padroeiro de Venâncio Aires, São Sebastião Mártir.
Também integrantes do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Chaleira Preta, são apaixonados pela tradição do Rio Grande do Sul. Foram diversas cavalgadas realizadas pelo casal. Chico, montado no seu cavalo, e Florinda, guiando a charrete, já desfilaram na rua Osvaldo Aranha no dia 20 de setembro.

Sobre o bairro, os moradores dizem ser muito tranquilo e calmo. É perto de mercado e, em instantes, estão no centro da cidade. “Gosto muito de morar aqui. Os vizinhos são parceiros e tranquilos. Não tenho o que reclamar do lugar que escolhi para morar com o Chico”, ressalta Florinda.

“Desde que nasci, moro neste mesmo local. São 77 anos no mesmo lugar. Vi o bairro crescer e ser a referência que é hoje.”


FRANCISCO RECK
Agricultor aposentado

Mais de quatro décadas no bairro Cidade Alta

Natural de Rio Pardo, a professora aposentada Cecília Ivone Schwengber, de 85 anos, decidiu fixar moradia em Venâncio Aires, mais precisamente no bairro Cidade Alta, há 43 anos. Cecília se casou com Erno José Schwengber, falecido em 2017 e, juntos, tiveram três filhos – Enoir, Enair e Fagner – seis netos e dois bisnetos.

Ao falar da rua Coronel Agra, local que mora há mais de quatro décadas, ela destaca as mudanças que ocorreram durante este período no bairro. Valoriza a tranquilidade de morar em uma rua pouco movimentada e também afirma ser um lugar tranquilo e gostoso de viver. “Muitos moradores são mais atuais na minha rua, os demais estão aqui como eu, há muitos anos. O bairro Cidade Alta cresceu muito ao longo do tempo”, ressalta.

Chico e Florinda são casados há 45 anos e residem no bairro Xangrilá (Foto: Júlia Brandenburg)

Ivone, como é conhecida, começou a trabalhar como professora em 1956. Por 25 anos lecionou para alunos do primário até o 5ª ano nas escolas municipais. Em 1981, decidiu se aposentar e, mesmo após a aposentadoria, continua a manter sua mente ativa. Além de seu amor pela leitura de livros e jornais, ela também destaca seu lado escritora. “Guardo o meu caderno de anotações a sete chaves. Escrevo sobre vários assuntos, preciso manter a minha mente funcionando e a escrita é um exercício muito bom. Nos dias em que estou inspirada, levo uma parte do meu dia com a caneta e o caderno na mão”, conta.

“Quando cheguei no bairro Cidade Alta em 1981 era tudo mato, haviam poucas residências. Desde aquele ano a cidade cresceu muito”


CECÍLIA IVONE SCHWENGBER
Professora aposentada

Relembre

Em 2019, aos 80 anos, Cecília Ivone Schwengber concedeu entrevista à Folha do Mate para falar sobre sua história de vida e o quando a leitura e escrita eram importantes. A família dela é assinante da Folha do Mate há mais de 30 anos.



Júlia Brandenburg

Júlia Brandenburg

Acadêmica do curso de Jornalismo na Universidade de Santa Cruz do Sul

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