No nome, a materialização da fé em Santa Inês, a padroeira de Mato Leitão

Dia da padroeira de Mato Leitão, Santa Inês, foi celebrado na terça-feira, 21, com procissão luminosa pela rua principal.

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A devoção pode ser manifestada de diversas formas. No caso da família da empresária Alexsandra Inês Bourscheid, 37 anos, ela está registrada no nome. Moradora do Centro de Mato Leitão, ela compartilha que a escolha pelo seu segundo nome está relacionada à padroeira de Mato Leitão, a Santa Inês. Além disso, é uma homenagem à avó paterna, Agnes Bourscheid (já falecida), cujo nome traduzido do alemão para o português significa Inês.

“Toda a minha família é devota de Santa Inês”, compartilha Alexsandra, que é aniversariante de janeiro, mesmo mês em que é celebrado o dia da padroeira da Cidade das Orquídeas. Inclusive, na última terça-feira, 21, para marcar a data, a Comunidade Católica realizou a quarta edição da procissão luminosa pela rua Leopoldo Aloisius Hinterholz.

Para manter a tradição familiar e demonstrar a fé na santa padroeira, Alexsandra e o marido Alexandro Luiz Heinen, 39 anos, decidiram batizar a filha mais velha, de 5 anos, como Alice Inês Heinen. “Tínhamos a certeza que se fosse menina teria o Inês junto e desde que ela caminha vai junto na missa e ajuda a carregar o andor de Santa Inês”, conta a empresária, ao fazer referência à celebração festiva que ocorre anualmente em honra à padroeira. Durante esse momento de fé, todas as mulheres com o nome Inês são convidadas a levar o andor com a imagem da santa até o altar.

Alexsandra comenta que, assim como ela, tias e primas também têm o Inês no nome como forma de homenagem à santa e a avó Agnes, que ensinou o caminho da fé à família. Ela ainda recorda que, quando criança, era coroinha na igreja católica e hoje ensina esses passos da vida religiosa à filha. “Quero que um dia a Alice seja coroinha também. Eu ia muito na missa quando era criança com a vó e acho importante incentivarmos as crianças a manterem esse hábito. Sempre que conseguimos, eu e meu marido vamos”, destaca.

Todas as noites, inclusive, Alice reza as orações da Mãezinha do Céu e do Santo Anjo. Os mesmos passos estão sendo ensinados para o pequeno Augusto, de seis meses, filho caçula do casal.

Procissão luminosa foi realizada na noite da última terça-feira, 21, Dia de Santa Inês (Foto: Divulgação)

Homenagem à Santa Inês no negócio

Nas embalagens de pães, cucas, biscoitos e tantos outros produtos que são comercializados em diversos estabelecimentos de Mato Leitão e da região, ou na fachada do empreendimento localizado às margens da RSC-453, próximo ao trevo de acesso à Cidade das Orquídeas, você já deve ter lido Santa Inês: nome do paradouro e padaria de propriedade de Joni Assmann e Joel Messias Ertel.

Os dois são sócios-proprietários do empreendimento há 17 anos e quando o compraram permaneceram com o nome fantasia já utilizado pelos antigos donos. “Poderíamos ter mudado, mas a marca já tinha um histórico e mantivemos o nome”, explica Assmann. Na sede, ponto de parada para muitos motoristas e visitantes, os empresários também têm à exposição uma imagem de Santa Inês.

“Precisamos crer em algo. Sempre deu muito certo todo o nosso trabalho”, relata ao falar sobre a devoção à Santa Inês. No futuro, os empresários também pensam em construir uma grutinha para a imagem junto ao paradouro.

Assmann também lembra que, além de homenagear a padroeira, o empreendimento ajuda a divulgar Mato Leitão em diversos municípios através da comercialização de produtos, bem como recebe visitantes que passam pela Cidade das Orquídeas e aproveitam para conhecer o espaço. Hoje, com um mix extenso e variado de itens, a empresa vende para cidades dos vales do Taquari e Rio Pardo e da região do Alto da Serra.

Paradouro e Padaria Santa Inês está localizado às margens da RSC-453, próximo ao pórtico de acesso a Mato Leitão (Foto: Divulgação)

Histórico de Santa Inês

  • Santa Inês viveu em Roma onde foi martirizada no início do século IV, no tempo do imperador romano Diocleciano. De família nobre e rica, desde pequena foi educada pelos pais na fé cristã. Cresceu virtuosa e decidiu consagrar sua pureza a Deus e servir a Cristo e sua causa.
  • Tinha 13 anos quando foi cobiçada, por sua extraordinária beleza, riqueza e virtude, pelo jovem Fúlvio, filho do prefeito de Roma. Como não aceitou a corte, Inês foi levada a julgamento acusada de traidora do império romano. Sofreu vários castigos e condenações e morreu decapitada no dia 21 de janeiro do ano de 304, no início do século IV da era cristã.
  • Nas imagens, Santa Inês é representada frequentemente com um cordeiro nos braços, símbolo de Jesus, o Cordeiro de Deus, e por um lírio branco, flor-símbolo da pureza. Conhecida como Santa Inês de Roma ou Santa Agnes, é a padroeira da castidade, dos jardineiros, das moças, dos noivos, das vítimas de violação e das virgens. Centenas de igrejas no mundo são nomeadas em sua honra. A mais célebre está em Roma.

Oratório e rua

  • Desde 2021, a Igreja Matriz Santa Inês conta com um oratório, criado em razão da devoção de muitas pessoas à padroeira. O espaço especial de oração junto à imagem da santa está instalado nos fundos da igreja. A imagem de Santa Inês foi adquirida por devotas com o nome Inês, através de uma campanha coordenada por Loiva Inês Sieben Richter.
  • Em 29 de dezembro de 2005, a prefeita em exercício Carmen Goerck sancionou a lei 1.230, que denominou a antiga rua P do Plano Diretor como rua Santa Inês. A proposição foi apresentada pelo então vereador Almir Nicolay.

Padroeira Santa Inês é inspiração de valores

O padre Cláudio José Kirst, responsável pela Paróquia Santa Inês de Mato Leitão, destaca que o cultivo da devoção religiosa incentiva a pessoa a redescobrir uma nova maneira de se relacionar, a partir de outro fundamento, que é o amor. “A atualidade de Santa Inês é algo muito pertinente. Está cada vez mais na moda, à medida que as pessoas procuram outro modelo e maior segurança em termos de educação dos filhos e de perspectiva de valores mais duradouros”, avalia.

Além disso, Kirst enfatiza que pretende continuar incentivando a comunidade a cultivar a espiritualidade em torno da padroeira, para que as pessoas possam sentir o valor disso. “Aqueles que cultivam essa tradição e nós, que procuramos viver uma espiritualidade a partir dos valores que ela propõe, podemos ser referência de uma atualização do Evangelho para os dias de hoje a partir da padroeira”, ressalta.

Em relação à utilização do nome Inês ele compara ao uso de nomes de ídolos, como os artistas. “Alguns se inspiram na vida de santos. E Santa Inês, por excelência, para o nosso tempo, vai se tornar cada vez mais atual, na medida em que o mundo perdeu a referência da pureza. Hoje, temos uma sociedade muito voltada para o prazer”, analisa.

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