A ONG Consciência e Atitude (Coat), de Venâncio Aires, realiza o Projeto Território Cultural, na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Duarte de Macedo. São oficinas multiculturais, oferecidas para alunos de 7 a 17 anos, nas terças e nas quartas-feiras, nos turnos da manhã e tarde, sempre no horário oposto das aulas.
De acordo com o coordenador do projeto, Djalma da Silva, a ideia é que a cada semana seja trabalhado uma atividade artística diferente, explorando diferentes segmentos culturais. “Haverá oficinas de grafite, dança, música, artesanato, teatro, fotografia, entre outras. Queremos proporcionar ocupação sadia para as crianças e adolescentes, através da cultura e da arte”, conta.
O projeto conta com equipe técnica da Coat e da escola, além de equipe de oficineiros – e foi aprovado em edital da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Lemic), com recursos do Fundo Municipal de Cultura. A duração de cada oficina é de quatro horas, mesmo horário das aulas, com intervalo do recreio com merenda. O tempo de duração do projeto é de três meses, com 12 oficinas no total. “A projeção seria de atender até 60 alunos, porém, devido à grande procura, alguns ajustes estão sendo feitos. Na primeira semana as oficinas receberam um total de 113 participantes”, destaca Silva.
Além da coordenação de Silva, há o acompanhamento da assistente social Rozeleia Silva, da equipe diretiva da escola e a participação das secretarias de Cultura e Esportes e de Educação. O plano de atividades é desenvolvido em conjunto com o instrutor de teatro e dança Sandro Bitencourt, entre outros oficineiros.
Vanderlei Dório Schuster, de 42 anos, tem duas filhas participando do projeto e destaca a importância das oficinas. “É muito bom. No mundo de hoje nossos filhos se perdem fácil na vida e cada projeto como esse é uma chance a menos para que meus filhos não se percam no mundo. E elas estão adorando”, frisa.
O projeto
No projeto Território Cultural, a Coat trabalha com oficineiros remunerados e voluntários. Nos dias 5 e 7, na primeira semana de projeto, a oficina foi de grafite e os participantes tiveram um primeiro contato com a arte. Os oficineiros foram Edison Peralta e Jonas Fontoura.
Peralta, além de grafiteiro, é cantor e compositor, integrante antigo da Coat. “Já realizou diversos trabalhos voluntários pela entidade, dessa vez atua de forma remunerada, contratado para o projeto”, comenta Djalma da Silva.
Peralta diz que se sente valorizado e cada vez mais motivado a desenvolver a sua arte e investir em profissionalização. “Sou ‘cria’ da casa, tive a oportunidade de desenvolver meu talento nas oficinas da Coat, isso lá em 2008. Hoje fico muito feliz em poder contribuir com a aprendizagem da molecada” cita Peralta.
Já Fontoura é tatuador, desenhista e músico, e atuou de forma voluntária como oficineiro assistente durante a primeira semana. Ele já havia participado de ações voluntárias com Peralta, mas participou pela primeira vez de um projeto com a Coat e diz ter se surpreendido com a dinâmica das oficinas. O objetivo é seguir participando de outras ações com a Coat.

A diretora da escola, Erica Inês Franck, explica que o projeto estava planejado para outro momento, contudo, foi adiado por conta da pandemia de Covid-19. “Conhecemos o trabalho da ONG e a nossa escola foi escolhida, pois, além da amizade com os idealizadores, em especial, o Djalma e sua esposa, é a escola que eles levam no coração”, enfatiza.
Erica conta que Djalma da Silva já foi aluno da escola, e uma de suas filhas se formou no Ensino Fundamental, além de outra que ainda é aluna – está no 6º ano. “Além disso, também por já terem realizado outras parcerias conosco e por se tratar de uma escola de periferia.”
“Temos muitos alunos que não têm ocupação no turno oposto e esta é uma boa oportunidade para eles interagirem e despertarem para novas alternativas e possibilidades.”
ERICA INÊS FRANCK
Diretora da Emef José Duarte de Macedo
Os objetivos da Coat:
- Aproximar os participantes de diferentes segmentos culturais, para que tenham uma experiência com determinada arte, instigando o conhecimento.
- Despertar novos talentos, estimulando aqueles que demonstram habilidades ou grande interesse.
- Formar novos agentes culturais no município, investindo em oficineiros.
- Colaborar para o desenvolvimento social e cidadão, proporcionando um ambiente de união e integração entre escola, alunos, entidade e poder público. Desenvolvendo o protagonismo entre os participantes a fim de fortalecer o sentimento de pertencimento e empoderamento.
Mais sobre a ONG
- O trabalho da ONG surgiu em 2006 em um movimento popular em busca de mais cultura e cidadania, com foco na população mais carente, moradores de bairros e vilas.
- Em 2009, foi registrada como Organização Não Governamental Consciência e Atitude (Coat).
- Desde então, a Coat passou a ocupar de maneira mais efetiva o cenário cultural e artístico do município, participando de eventos municipais, realizando atividades em escolas, praças, entre outros.
- Além disso, participa ativamente dos debates sobre as políticas culturais do município, inclusive da construção da própria Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Lemic), que teve seu início ainda em 2010 com a formação do primeiro Conselho Municipal de Cultura, no qual a entidade ocupou uma cadeira.
- A Coat busca estimular novas lideranças comunitárias e culturais, a fim de contribuir com o desenvolvimento social e humano.
- Além de incentivar o trabalho voluntário, a ONG também visa a formação e profissionalização de seus integrantes, a fim de fomentar a cadeia produtiva da cultura e das artes, promovendo a economia criativa e a geração de renda.