Para além do ‘pé na jaca’: fruta é cultivada em Vila Palanque

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Para diversas regiões do Brasil, a jaca se tornou referência única e exclusiva de um ditado nada agradável. ‘Enfiar o pé na jaca’ tem diversos significados, mas todos eles com conotações negativas e ligados a uma decisão ou atitude ruim. E para os venâncio-airenses o único momento em que se vê ou ouve falar da fruta é em novelas ou filmes e, obviamente, com o ditado.

No entanto, existem pés de jaca na Capital Nacional do Chimarrão. Em Vila Palanque, no interior do município, existe uma jaqueira plantada há mais de 35 anos. A residência é do dentista Carlos Regert, 60 anos, mas o responsável pela plantação foi o pai dele, Arnoldo Pedro Regert. Segundo Carlos, Arnoldo trouxe a espécie de Recife, capital do Pernambuco, durante viagem para casamento de um familiar.

Há cerca de dois anos, o dentista passou a morar ‘de vez’ na residência e nunca havia experimentado a fruta. “Uma vez abri a achei muito gosmenta e com gosto estranho. A partir disso, nunca ofereci para ninguém e sempre repassei a má fama para os outros”, relembra. Contudo, durante a entrevista com a Folha do Mate, na manhã de quarta-feira, 7, ele voltou a dar uma oportunidade para a jaca e o resultado é positivo.

(Foto: Leonardo Pereira)

“Hoje eu gostei. Acho que naquela vez peguei ela verde, dessa vez estava excelente”, comemora.

Entretanto, ele observa um outro ‘problema’: domo colher as jacas? A jaca é o maior fruto comestível que nasce em uma árvore e, por isso, a dificuldade para colher é grande, em decorrência da altura e proporção. “Vou ter que procurar algo para colher ou até uma escada maior. Talvez aproveite subindo na árvore mesmo”, diz.

Além do sabor ‘diferente’, Regert também destaca o valor nutricional da fruta. O dentista afirma ter pesquisado recentemente e descobrir que a jaca é rica em fibras e vitaminas A, B, C e E, além de controlar a pressão arterial e melhorar a digestão. “Só vantagens. O único cuidado é para não ficar embaixo do pé e cair uma na cabeça”, brinca.

Outros frutos

Na mesma propriedade, em Vila Palanque, Carlos Regert também tem pés de jabuticaba, caqui chocolate, laranja, romã, pêssego, figo, banana, noz, bergamota, limão, bergamota, butiá e outros. De acordo com ele, estar no interior, cercado por tantas árvores e animais (são dois cachorros, dois cavalos e mais duas calopsitas) é um momento de descanso em meio à correria do dia a dia. “Me sinto leve, para recarregar as energias. Me criei aqui e, por isso, fico ainda mais feliz.”

Para colher a jaca, é necessário subir na árvore. (Foto: Leonardo Pereira)

Conheça a jaca

• Considerada o maior fruto comestível que nasce em uma árvore, a jaca pode chegar a 50 quilos e tem superfície áspera e com saliências – a árvore pode alcançar até 25 metros;

• A espécie é originária da Índia e foi introduzida no Brasil há centenas de anos;

• Tanto a polpa quanto as sementes podem ser consumidas. As sementes podem ser consumidas cozidas, assadas ou serem usadas na produção de farinha. Já a polpa pode ser consumida in natura, desidratada ou ainda ser usada em diferentes preparos, incluindo até mesmo receitas salgadas;

• Ela é rica em fibras, carboidratos, sais minerais e vitamina C. E pode ser usada no tratamento de asma, má digestão, diarreia, diabetes e outras doenças.



Leonardo Pereira

Leonardo Pereira

Natural de Vila Mariante, no interior de Venâncio Aires, jornalista formado na Universidade de Santa Cruz do Sul e repórter do jornal Folha do Mate desde 2022.

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