Pilchado o ano todo: a história do tradicionalista Matheus Ruppenthal

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Morador da região Central de Venâncio Aires, Matheus Ruppenthal, de 23 anos, tem a indumentária gaúcha como sua roupa predileta. Para ele, as botas, bombacha, camisa, lenço e chapéu são seus companheiros em qualquer ocasião, evento ou passeio. Ele só não usa pilcha nos dias em que está no escritório trabalhando. Fora isso, a bombacha é sua companheira diária. “A roupa gaúcha é um patrimônio do nosso estado, motivo de orgulho para a grande maioria dos gaúchos. Até brinco com os amigos que só tiro a bombacha quando tenho que ir ao escritório com roupa social”, comenta.

O amor pela tradição gaúcha sempre esteve presente na vida do integrante do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Erva Mate, desde criança. “Meu pai, Rogério Ruppenthal, sempre me contava as histórias do cavalo preto que meu bisavô tinha, manso de toda lida”, lembra. O convívio com a cultura se firmou há quatro anos, quando começou a namorar a também tradicionalista Diovanna Manganelli, que teve o incentivo do sogro, Elton Manganelli, conhecido como Jacaré, para conhecer melhor a cultura. “Um dos principais motivos que me fez ter tanto apreço e amor pela cultura gaúcha foi a convivência com o Jacaré, que me passa ensinamentos e conta histórias da lida gaúcha”, destaca.

Ruppenthal é profissional de contabilidade e graduando do curso de Ciências Contábeis pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Toca gaita há dois anos e teve a oportunidade de se apresentar em rede nacional, quando participou das gravações do clipe de promoção da Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim) neste ano.

Na música tradicionalista, um dos cantores e artistas nativistas que o inspira é José Cláudio Machado, especialmente a canção ‘Milonga Abaixo de Mau Tempo’, que, para ele, representa um segundo hino do estado do Rio Grande do Sul. “A letra aborda temas como a resistência diante das adversidades, a solidão e a luta do homem do campo contra as dificuldades, podendo sempre contar com alguém que é o nosso norte”, explica.

Neste ano, Matheus completou a segunda cavalgada da Chama Crioula (Foto: Arquivo pessoal)

Conforme ele, o tradicionalismo, com seus costumes, danças e músicas, mantém viva a identidade e faz com que as pessoas se sintam parte de algo maior, preservando as raízes e valores. Neste ano, o gaúcho completou a segunda cavalgada da Chama Crioula. No ano passado, participou com os colegas do Departamento de Cavalgadas do CTG Erva Mate, em Cristal, quando percorreram 270 quilômetros a cavalo. Em 2024, partiram da fronteira, em Alegrete, o Baita Chão, e cruzaram o Rio Grande no lombo do cavalo. “Foram longos 18 dias longe de casa, percorrendo 520 quilômetros a cavalo, enfrentando desde chuva e frio até sol e calor”, lembra.

“Ser gaúcho é carregar um forte vínculo com a terra, as tradições e a história do Rio Grande do Sul. É valorizar a cultura, o respeito pela natureza e o espírito de liberdade.”


MATHEUS RUPPENTHAL
Tradicionalista



Júlia Brandenburg

Júlia Brandenburg

Acadêmica do curso de Jornalismo na Universidade de Santa Cruz do Sul

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