Prejuízos climáticos e perspectivas para nova safra pautam reunião da Câmara Setorial do Tabaco gaúcha

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O Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) participou nesta segunda-feira, 1º, de reunião extraordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco do Estado do Rio Grande do Sul, promovida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, por meio do Departamento de Governança e Sistemas Produtivos. O encontro foi coordenado pelo presidente da Câmara, Romeu Schneider, e contou com a participação de Clair Kuhn, secretário da Agricultura, que abriu o encontro dando as boas-vindas ao grupo.

Iro Schünke, presidente do SindiTabaco, apresentou os resultados do levantamento feito junto às empresas associadas sobre os prejuízos nas propriedades dos produtores de tabaco pelas enchentes no mês de maio. O levantamento apontou que 75 municípios produtores foram atingidos e 1.929 produtores afetados de alguma forma, totalizando cerca de R$ 95 milhões de prejuízo estimado.

Segundo Schünke, as perdas poderiam ter sido ainda maiores. “Neste ano tivemos algo totalmente atípico que foi a compra antecipada do tabaco. A compra costuma acontecer até o mesmo de junho e, neste ano, devido à safra menor e ao alto preço pago aos produtores, felizmente a safra já estava praticamente toda comprada e escoada”, comentou.

Ainda de acordo com o presidente do SindiTabaco, a primeira preocupação das empresas foi com os empregados e com a ajuda necessária nos municípios mais atingidos. “Na sequência, as empresas empenharam suas equipes de campo para entender a situação dos produtores integrados. E é preciso lembrar que eram muitas as dificuldades enfrentadas naquele momento, de acesso a algumas localidades e de comunicação”, ressaltou.

O município de Venâncio Aires foi o mais atingido em termos valores e Candelária teve o maior número de produtores prejudicados. Mesmo com as perdas, 96% dos produtores consultados pretendem continuar produzindo tabaco. “Nesse sentido, as empresas associadas prontamente repuseram os insumos necessários para refazer 2.070 canteiros de mudas perdidos, investimento que superou R$ 1,6 milhão. Estamos confiantes de que a produção de tabaco nas áreas mais afetadas deverá ficar próxima das estimativas projetadas para a safra 2024/25”, avalia Schünke. Ainda assim, ele reforçou a necessidade de políticas públicas para auxiliar os produtores, em especial para a reconstrução de residências e estufas.

Resultados da safra

 Também pautaram o encontro as informações sobre safra do tabaco 2023/2024 e perspectivas para 2024/2025, bem como as indenizações de prejuízo de granizo pagas aos produtores safra 2023/2024. Segundo dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), dos 1.191 municípios da Região Sul do Brasil, 509 produziram tabaco na safra 2023/24. O Rio Grande do Sul segue tendo o maior número de municípios envolvidos com a produção: foram 201 em 2023/24, seguido de Santa Catarina (184) e Paraná (124). O total de famílias gaúchas envolvidas registrou aumento de 5,9% em comparação com a safra anterior, chegando a 68.582. Juntos, eles produziram quase 220 mil toneladas, em 126 mil hectares, com renda bruta estimada em mais de R$ 5,2 bilhões. 

“Apesar da maior área plantada em comparação com a safra 2022/23, a produção foi menor em virtude do excesso de chuva no período. Ainda assim, o preço pago aos produtores teve aumento de 13%, número bem representativo, considerando que este valor vai direto para o bolso dos produtores. Com isso, é provável que tenhamos um aumento da área plantada na próxima safra”, comentou Schneider que também destacou o aumento significativo de valores pagos pela Afubra por indenizações de granizo.

Schünke comentou os dados apresentados. Segundo ele, o tabaco segue contribuindo para a receita dos produtores, dos municípios e do Estado. “Como o tabaco é o segundo maior em exportações no RS, certamente será um setor que auxiliará a reconstruir o Estado mais rapidamente. Até o final de maio, estávamos com US$ 950 milhões já exportados, 34% a mais comparado com o mesmo período de 2023. A expectativa é de que vamos exportar menos volume (-10 a -15%) devido à safra menor, mas esperamos ter um maior valor exportado em dólares, em torno de +10 a +15%”, pontuou.

Irrigação

Diante de um cenário que aponta para possível estiagem com a chegada do LaNiña, o assessor da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, Paulo Lipp, falou aos participantes sobre a importância da sensibilização dos produtores de tabaco em torno da irrigação. “Além de ser um seguro contra a estiagem, a irrigação é um fator de produtividade. Nesse sentido, o governo do Estado está com um programa de subvenção, no qual paga 20% ao produtor que faz o investimento em irrigação, seja com seus recursos próprios ou com financiamento, com um limite de até R$ 100 mil por projeto”, informa Lipp. Segundo ele, o programa é destinado a todos produtores rurais (pessoas físicas) e busca apoiar projetos de implantação ou ampliação de sistemas de irrigação (por aspersão, localizada ou por sulcos); e construção, adequação ou ampliação de reservatórios de água para fins de irrigação. O edital está disponível aqui.
Fonte: Assessoria de Comunicação do SindiTabaco

    

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