Projeção é que volume de entulhos recolhidos após enchentes chegue a 20 mil toneladas em Venâncio Aires

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Venâncio Aires é destaque no recolhimento e destinação de resíduos da enchente. Menos de duas semanas após o primeiro evento que assolou os municípios, um levantamento aponta que apenas a Capital do Chimarrão conseguiu iniciar a força-tarefa de limpeza, recolhimento e destinação final de seus entulhos.

Para todos os serviços – recolhimento, carregamento, transporte, aterro sanitário e horas-máquina -, a Administração projeta que os custos possam chegar a aproximadamente R$ 5 milhões, que serão pleiteados junto à Defesa Civil Nacional, especificamente para esta finalidade. Do total estimado, os maiores custos são com o aterro sanitário e o transporte para Minas do Leão, que é a destinação correta para os resíduos. O valor é uma projeção que leva em consideração tabelas do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinape), bem como os valores de mercado para os serviços.

O relatório aponta que o município atuou com equipamentos próprios e terceirizados no recolhimento de cerca de 5 mil toneladas de resíduos na área urbana e projeta outras 15 mil toneladas para a área rural, totalizando 20 mil toneladas de entulhos no município. A estimativa leva em conta o tipo de resíduo, densidade, metragem cúbica e área ocupada até que a pesagem oficial seja feita.

A equipe também trabalha com projeções considerando episódios passados de enchentes, como foi em setembro e novembro de 2023. Para se ter uma ideia, na enchente de setembro do ano passado, segundo o Governo do Estado, no município de Encantado, a retirada do volume total de material chegou a 8 mil toneladas. Os carregamentos nas cidades de Roca Sales e Muçum foram de 14,1 mil e 4,2 mil toneladas de resíduos, respectivamente.

“É também pelo custo e complexidade desta destinação que a maioria dos municípios, apenas em janeiro e fevereiro deste ano, após um convênio com o Estado, conseguiu iniciar a destinação dos seus resíduos das enchentes de setembro e novembro. O que estamos fazendo é priorizar essa limpeza e reconstrução”, esclarece o prefeito Jarbas da Rosa.

De acordo com a secretária de Meio Ambiente de Venâncio Aires, Carin Gomes, que participou do programa Terra em Uma Hora da Rádio Terra FM, na terça-feira, 14, dez equipes atuaram na primeira etapa de limpeza: sete caminhões-garra contratados, equipe da limpeza urbana, homens do Exército e uma escavadeira para organização dos entulhos na área de depósito temporário. Foram cerca de 187 horas trabalhadas na parte baixa e a estimativa é que na região de Vila Mariante sejam mais 513 horas.

  • Com informações da Assessoria de Imprensa da Prefeitura

“Esse esforço também é uma necessidade pensando em dengue e acúmulo de resíduos. Quanto mais rápido e efetivo for, será ambientalmente adequado e também melhor no ponto de vista da saúde. Não vamos deixar acumulado e muito menos na frente da casa das pessoas.”
CARIN GOMES
Secretária de Meio Ambiente

Entulhos na Favan

Os entulhos já recolhidos estão na área da extinta Fundação Ambiental de Venâncio Aires (Favan), em Linha Ponte Queimada, no interior, mas a equipe já organiza um cronograma para transporte dos resíduos para o aterro sanitário de Minas do Leão, na Região Carbonífera. Essa etapa deve iniciar ainda esta semana. Com a liberação de vias que estavam inacessíveis, o resíduo sólido da população de Venâncio Aires já está sendo enviado da Usina de Triagem para Minas do Leão, e agora os resíduos da enchente também começarão a ser transportados. Esse trabalho demorará cerca de um mês para ser finalizado.

Parte baixa e Vila Mariante

A secretária Carin Gomes explicou que, de domingo, 5, até quinta-feira, 9, um mutirão de recolhimento foi feito em toda região da parte baixa de Venâncio Aires, contemplando oito bairros atingidos pela enchente. “Uma quantidade assustadora de entulhos”, resume.

Quando o recolhimento da primeira enchente foi concluído, no último fim de semana, a população destes bairros sofreu novamente com mais uma cheia, o que agora leva a equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) a fazer um novo diagnóstico para identificar os moradores que precisarão de recolhimento de entulhos. Nos próximos dias, esse novo processo deve ser iniciado.

Carin esclareceu que o diagnóstico é feito pela equipe que vai até os bairros atingidos e verifica as residências com entulhos nas ruas, para ter uma noção do volume de material. “Acredito que desta vez temos menos casas atingidas. Alguns moradores ainda não tinham muitos móveis dentro de casa, pois as pessoas ainda não se organizaram para comprar ou receber doações”, afirmou. Segundo ela, é preciso considerar o tempo de limpeza das casas e, o mais brevemente possível, esse novo recolhimento acontecerá.

A recomendação é, novamente, para os moradores colocarem os entulhos na frente de suas casas, na rua, na área de estacionamento, e não nas calçadas, o que facilita e agiliza o processo da equipe. Também devem evitar o estacionamento de carros e motos próximo dos entulhos.

Organização

A secretária ressaltou que a equipe da Semma também já havia realizado uma programação para início dos recolhimentos em Vila Mariante e regiões próximas, no entanto, a região foi novamente atingida. “A equipe já tinha entrado na vila, mapeado e pensado em como fazer o recolhimento. Agora, esperamos poder entrar novamente no fim desta semana para ver a situação”, observou. A intenção da equipe é iniciar os trabalhos nas localidades nas próximas semanas.

Ela enfatizou que, primeiro, as pessoas precisam se organizar e colocar os entulhos na frente de suas casas, para que depois sejam recolhidos. “São muitas casas completamente destruídas ou levadas pela água, então tem todo esse entulho lá também. A situação é bastante complexa”, concluiu.

Interior e outros recolhimentos

  • Carin comentou que, no interior, a coleta tradicional está sendo feita em todos os pontos que permitem acesso do caminhão. A região mais crítica é a serrana, que sofreu com deslizamentos, o que deixou estradas bloqueadas de forma total ou parcial. “Peço que as pessoas tenham paciência, guardem o lixo em casa. Quando o caminhão conseguir chegar, vai recolher tudo.”
  • A secretária ressaltou que, no momento, as prioridades são os recolhimentos dos entulhos, no entanto as equipes não deixarão de atender as necessidades do restante da população, como o recolhimento de móveis que precisam ser descartados e galhos de podas de árvores.
  • Os móveis, ela pediu que sejam colocados ao lado dos contêineres nos dias de coleta, pois é a mesma empresa que realiza o recolhimento, e nas áreas não conteinerizadas, que deixem na frente de casa. Carin observou que resíduos de construção civil não são recolhidos, pois são responsabilidades de cada morador. “Peço que entendam a situação neste momento. Quem puder, que espere um pouco mais, deixe dento de casa para atendermos essas prioridades.”

Destaque

  • Em reunião com as Defesas Civis da região, na segunda-feira, 13, em Lajeado, o município de Venâncio Aires foi case na condução dos seus trabalhos de recolhimento e destinação dos resíduos de enchentes e deve servir de modelo para aquelas cidades que não pretendem aguardar pelos convênios do Estado e União para recolhimento dos entulhos.


Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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