A recuperação da mata ciliar – no entorno de rios, lagos e arroios – é fundamental para revitalizar o ecossistema ciliar, a fauna e flora, após a devastação causada pela enchente. Além disso, ela contribui para evitar a erosão do solo e o assoreamento do rio.
“Quando tem uma cheia, a água sai no leito do rio e entra em contato com a mata, há uma diminuição da velocidade da água, pois há uma barreira, e consequentemente, uma redução dos danos que vai causar”, explica a engenheira ambiental e professora da Unisc, Priscila Pacheco Mariani.
Doutora em Recursos Hídricos e Saneamento, ela pondera, no entanto, que essa recuperação da mata ciliar precisa ocorrer de forma planejada. “Não adianta simplesmente plantar mudas de árvores e estará resolvido. Quando se tem a margem do rio desmatada, numa situação de chuva intensa, ela vai desbarrancar e levar embora o solo e as árvores”, esclarece.
Entre as possibilidades estão obras de engenharia natural, com materiais que não poluem nem geram impacto, como cana-de-açúcar ou troncos de madeira, para estabilizar a angulação do talude e possibilitar o plantio das mudas – que também precisam ser nativas e adequadas ao local. “Essa obra de engenharia natural faz todo suporte do talude, até que a mata ciliar se desenvolva e tenha condições de preservar esse talude e desenvolver o ecossistema.”
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