O projeto venâncio-airense Conecta Educação, premiado na quarta-feira, 23, pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), investiu na tecnologia para o resgate da educação de alunos no período de pós-pandemia. A prática, bem sucedida e inovadora, foi destaque no 4º Prêmio Boas Práticas da Gestão Municipal. De 557 trabalhos avaliados, o Conecta Educação, de Venâncio Aires, foi o primeiro colocado na área da educação. A inclusão da robótica em sala de aula, informatização do sistema de gestão das escolas e a aquisição de chromebooks e notebooks para toda a rede municipal garantiu a distinção à Capital do Chimarrão.
A Escola Coronel Thomaz Pereira, de Linha Taquari Mirim, foi um dos destaques na robótica neste ano. A coordenadora de um dos clubes do educandário e também professora de Matemática, Fabíola Griesang, diz que a robótica ajudou no desenvolvimento dos estudantes, resolução de problemas, criatividade, raciocínio lógico, interpretação e aprendizagem cooperativa. “Eles notam que todos são importantes no processo, fazendo com que cada um busque aquilo que mais gosta de fazer e se sinta valorizado.”
Segundo Fabíola, os professores receberam da Secretaria de Educação todo o apoio e formação, além dos materiais, para trabalhar a robótica com os estudantes. “Tivemos formações mensais com professores da Escola Maker e as trocas entre colegas foram muito importantes neste ano letivo”, afirma. Ela enfatiza que, basicamente, todos os desafios da robótica se tornam interdisciplinares, envolvendo disciplinas como Química, Matemática, Português e até Economia.
No clube que Fabíola coordena, com atuação nas quintas à tarde, os alunos criaram, com os materiais da robótica, um projeto sobre a proteção do gado dos agricultores e a preservação de animais ameaçados de extinção que existem na região da escola. “Eles criaram um dispositivo que, quando um animal se aproxima, à noite, liga uma luz e, após, é emitido um som que o espanta e contribui para que os agricultores não percam nenhum animal de criação, que geralmente são vítimas de ataques noturnos”, explica. Estiveram envolvidos com o protótipo 15 estudantes, participantes do clube CTP Roboticamente, que também tem outra turma pela manhã, coordenada pelo professor Daniel Meurer.
- Os estudantes da Escola Coronel Thomaz Pereira foram premiados na 1ª Olimpíada de Robótica de Venâncio Aires (Orva) e conseguiram a classificação para a 2ª Olimpíada de Robótica de Esteio. No município também foram destaque e premiados na categoria percurso.
“A robótica abriu os horizontes destes alunos do interior, que hoje pesquisam, investigam e se preocupam com as realidades. Mostrou um campo de possibilidades para a vida deles e que são capazes. Estes alunos sempre vão lembrar de 2022 como o ano que apareceu a robótica.”
FABÍOLA GRIESANG
Coordenadora do clube de robótica CTP Roboticamente e professora de Matemática
Tecnologia
A chegada dos chromebooks, no início do ano, também foi uma ‘revolução’ para a educação de Venâncio Aires. Na Escola Narciso Mariante de Campos, de Linha Tangerinas, a professora de 4º e 5º anos, Priscila Wagner Pereira, avalia como uma ferramenta fantástica. “Poucos estudantes tinham computador ou celular e a vinda dos chromebooks os ensinou muitas funcionalidades”, destaca.
Hoje, os estudantes usam o equipamento para fazer pesquisas, slides e projetos, além de ter diminuído o uso de papéis na escola, já que os alunos utilizam a plataforma Google Classroom para fazer atividades. O uso do chromebooks, segundo Priscila, é praticamente diário na escola. Na instituição, são cerca de 40 equipamentos revezados entre os alunos que frequentam até o 5º ano. “Vejo que foi um instrumento de valorização para o aprendizado dos alunos, para os colocar em parâmetros que dão possibilidade de competição com alunos de escolas estaduais e privadas. Fez toda a diferença”, enfatiza.
A tecnologia também surgiu para as equipes que trabalham nas escolas do município. O sistema de gestão escolar trouxe praticidade para o dia a dia de secretárias como a Aline Michele Puhl, que trabalha na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Professora Odila Rosa Scherer. “Muitos documentos e registros que, antes, precisávamos digitar, agora são gerados automaticamente pelo sistema. Facilita nosso trabalho e nos desenvolve profissionalmente.” Aline enfatiza que a Secretaria de Educação ofereceu formações para aprendizado do sistema e a adaptação fluiu bem. As dúvidas que surgem são prontamente sanadas pela equipe da pasta.