É deles o primeiro atendimento para quase todos os pacientes. Por vezes, o único necessário. Enfermeiros e técnicos em Enfermagem são considerados umas das primeiras peças na roda de atendimento das unidades de saúde do país. A enfermeira Janete Fernandes de Souza, 46 anos, atua há 20 anos na área e destaca a importância do profissional. “Tem um papel fundamental pois deve identificar os problemas de saúde e fatores de risco da população”, enfatiza.
De acordo com ela, a enfermeira precisa fazer o monitoramento das condições de saúde da população e planejar ações para enfrentar os problemas identificados na população que atende. “A consulta é o momento central dos atendimentos, pois, através da escuta podemos identificar as necessidades dos pacientes e planejar as ações do atendimento”, destaca.
Atualmente, ela trabalha na Coordenação do Setor de Imunizações, e diz que o principal desafio é dar continuidade à cobertura vacinal da Covid-19 e demais campanhas. “Devemos incentivar e orientar sobre a importância das vacinas, pois nos últimos anos a cobertura vacinal ficou abaixo do esperado por conta da pandemia”, pontua.
Duas décadas de experiência
Em Venâncio Aires, a técnica em Enfermagem mais antiga é Vera Lúcia Tuppel, de 65 anos. A profissional atua na rede pública há 27 anos, contudo, o tempo não é problema para ela. “O que me realiza é estar trabalhando com o que amo, é como se eu não estivesse trabalhando”, afirma ela, que é coordenadora administrativa das Unidades Básicas de Saúde do município.
Vera relembra que, quando iniciou, eram sete técnicos em Enfermagem e uma enfermeira em Venâncio. “Hoje é uma grande evolução, não tínhamos plantão, agora temos a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), o Samu, a UTI no hospital e o plantão noturno do posto Gressler. Também houve ampliação nas unidades básicas”, cita.
De acordo com ela, as principais demandas do dia a dia são vacinas e atendimentos com sintomas gripais, que sempre são as principais demandas, principalmente neste período. A técnica em Enfermagem explica que um bom atendimento começa na relação com o paciente. “Um bom acolhimento, com amor, carinho, atenção, bons ouvidos, já é 50% do atendimento”, considera.
Nas duas décadas de carreira, diversos fatos inusitados já aconteceram, porém, Vera destaca um acontecimento de anos atrás, quando foi visitar uma paciente no interior com a unidade móvel e o local não tinha energia elétrica. “Conseguimos organizar para fazer os testes, e o pré-câncer foi realizado dentro do ônibus com iluminação de ‘liquinho à gás’, que tem no interior. Eu fiquei com uma lanterna ‘foque’, a gente iluminava e o enfermeiro fazia o exame”, relembra, sorrindo.
“O profissional de enfermagem se destacou mais com a pandemia, por que foi quando se verificou que não existe saúde sem esse profissional.”
JANETE FERNANDES DE SOUZA
Enfermeira