Mais uma remessa com vacinas contra a Covid-19 chegou a Mato Leitão na segunda-feira, 8. Desta vez, das 80 doses recebidas pelo município, 70 são destinadas aos idosos com 85 anos ou mais. Essa é a primeira vez que a Cidade das Orquídeas recebe imunizantes específicos para esta faixa etária. Antes, a aplicação das doses estava concentrada nos profissionais de saúde.
Após uma reunião com representantes da 13ª Coordenaria Regional de Saúde, com sede em Santa Cruz do Sul, na terça-feira, 9, a Secretaria Municipal de Saúde definiu a logística que será utilizada para a aplicação das novas doses da vacina CoronaVac. Segundo a enfermeira responsável pelo setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde e coordenadora da sala de vacinas, Kátia Cristine Heinen, a imunização dos idosos com 85 anos ou mais será feita por meio de agendamento.
Ela explica que os profissionais de saúde, com o apoio das agentes comunitárias de saúde, farão contato por telefone ou presencial com as pessoas que integram esse grupo. “As famílias dos idosos não precisam entrar em contato nem procurar a unidade de saúde. Os profissionais do posto de saúde e as agentes farão contato por telefone ou presencial para agendar um horário”, destaca.
Aplicação
No horário combinado, o idoso deve ir até a Unidade Básica de Saúde (UBS) Central para receber a aplicação da dose. A vacinação nas residências será realizada para pessoas acamadas. A enfermeira salienta que a Secretaria de Saúde está seguindo as orientações enviadas pelo Governo do Estado. Ela também lembra que, nesta primeira etapa, nem todos os idosos desse grupo conseguirão ser vacinados, por causa da quantidade das doses enviadas, mas conforme novos imunizantes forem chegando, essas pessoas serão contatadas.
Nessa quarta-feira, 10, foi realizado o levantamento dos idosos que têm interesse de receber a vacina. A expectativa do Município é que entre amanhã e sexta-feira as primeiras doses comecem a ser aplicadas nos idosos com 85 anos ou mais. A segunda aplicação, no caso da CoronaVac, será feita 28 dias após a primeira. Para participar da campanha é preciso apresentar o Cartão SUS, CPF, identidade e é também é indicado ter em mãos a caderneta de vacinação.
Profissionais de saúde
• Na quarta-feira, 10, aconteceu a vacinação de 10 profissionais de saúde com as doses que chegaram em Mato Leitão nesta semana. De acordo com a enfermeira responsável pelo setor de Epidemiologia, Kátia Cristine Heinen, os profissionais que trabalham nas duas unidades de saúde do município já foram vacinados e as novas doses enviadas para Mato Leitão estão sendo aplicadas em trabalhadores da rede privada.
• Com a nova remessa que chegou nesta semana, a Cidade das Orquídeas atingiu o índice de 81% de vacinação dos profissionais de saúde, incluindo a rede pública e a privada. Na próxima semana, os trabalhadores de saúde que receberam a primeira dose com a remessa enviada ao município no dia 19 de janeiro receberão a segunda aplicação.
Saiba mais
O número de vacinas contra a Covid-19 que Mato Leitão já recebeu é 150. Desse total, 70 eram são destinadas a idosos com 85 anos ou mais e 80 para profissionais de saúde.
Importante
• A enfermeira Kátia Heinen salienta que, independente da faixa etária, pessoas que façam tratamento para reumatismo, câncer ou imunossupressão precisam de liberação médica para receber a vacina.
• O pedido da equipe da Secretaria de Saúde ainda é para que os idosos que confirmarem o interesse em receber a vacina, compareçam no posto de saúde no horário combinado. Isso porque cada frasco do imunizante tem 10 doses e depois de aberto tem validade de oito horas.
Desafios da campanha de vacinação
Para a enfermeira Kátia Heinen, por se tratar de uma campanha nova, a vacinação contra a Covid-19 ainda conta com o envio de poucas doses, o que dificulta a aplicação de forma mais rápida do imunizante. Além disso, ela compartilha que o envio de frascos com multidoses e pouco tempo de validade de cada um após abertos – oito horas no caso da CoronaVac e seis horas para a vacina de Oxford – exige um processo diferente de aplicação. “Se fosse uma dose única no frasco seria mais fácil de mobilizar a população”, observa.
Kátia cita como exemplo a vacina da gripe, que apesar de ser multidose, também com 10 em cada frasco, tem um tempo de uso maior depois que o recipiente é abeto – são sete dias. “Temos que pensar em uma logística para evitar o desperdício. Da mesma forma que quando a pandemia começou era tudo novidade, agora, com a vacinação, isso também está acontecendo. Precisamos ter um trabalho mais focado e minucioso”, relata.
De acordo com a auxiliar de Enfermagem Susana da Conceição Lopes, que atua no município há 23 anos, principalmente como vacinadora, uma diferença da campanha de imunização da Covid-19 é a ansiedade das pessoas em receber a vacina. “Na vacinação da gripe, por exemplo, tínhamos muita resistência dos idosos, principalmente no início. Agora, com a da Covid, as pessoas estão muito mais ansiosas. Os familiares procuraram pela vacina. Temos uma aceitação maior entre os idosos”, comenta.
Outra diferença apontada por Susana é em relação à mobilização da campanha. Como as doses estão vindo em pequenas remessas, isso impossibilita a movimentação de todas as pessoas dos grupos prioritários para o posto de saúde, como acontece em outros processos de imunização. “Também não teremos o dia D”, acrescenta.