Parto nos Estados Unidos está programado para o mês de fevereiro, em Miami, na Flórida
A venâncio-airense Lavínia Wachholz Naue, 26 anos, conta os dias para o nascimento da primeira filha. A arquiteta dará à luz à Lívia no mês que vem, nos Estados Unidos, para onde viajou com o objetivo de garantir a dupla cidadania da primogênita. Lavínia, que foi rainha da 15ª Festa Nacional do Chimarrão, e o marido Marcelio, que também é brasileiro, estão no país norte-americano desde dezembro. O nascimento em Miami, na Flórida, está programado para o dia 20 de fevereiro e terá a assistência da empresa Ser Mamãe em Miami, criada pelo pediatra brasileiro Wladimir Lorentz em 2015 e especializada em partos de mães estrangeiras.
A reta final da gestação – Lavínia está na 35ª semana – ocorre em meio ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que no dia da posse, na segunda-feira, 20, assinou uma ordem executiva em que determina o fim do direito à cidadania automática a filhos de estrangeiros nascidos no país. A nova regra entrará em vigor dia 20 de fevereiro, exatamente o dia previsto para o nascimento de Lívia. A chamada “cidadania por direito de nascença” está prevista na 14ª Emenda da Constituição dos EUA. Apesar de o anúncio trazer apreensão para as gestantes que estão no país com esse objetivo, especialistas do Direito vêm afirmando que o líder da Casa Branca deve enfrentar desafios legais para implementar a medida. Durante entrevista ao vivo para o programa Folha 105 – 1ª edição, da Terra FM, nesta quinta-feira, 23, direto da Flórida, Lavínia disse que estava ciente dessa possibilidade antes mesmo de viajar, devido a declarações feitas pelo republicano ainda em período de campanha eleitoral, mas afirmou estar tranquila e confiante de que a medida não entrará em vigor. “Buscamos nos informar, pois se fosse algo que ocorreria da noite para o dia, não iríamos. Mas como se trata de algo constitucional, esse é um processo que pode levar meses ou anos”, explicou.
Antes de viajar ao estado da Flórida, a gaúcha residia em Santa Catarina, onde ela e o marido trabalham e irão retornar após o nascimento da bebê. Lavínia e o marido ingressaram no país com visto de turismo e planejam retornar ao Brasil em abril, cerca de dois meses após o nascimento da filha. A orientação da empresa contratada é de que, após o parto, a família aguarde por 58 dias para viajar. “A gente não pretende morar aqui, pois temos nossos negócios no Brasil. Estamos trabalhando daqui, tendo uma vida praticamente normal daqui, até que ela nasça”, compartilhou.
Para contar com os serviços, o casal investiu em torno de 20 mil dólares, o que corresponde a R$ 120 mil na cotação atual. O serviço contratado inclui o parto e acompanhamento antes e após o nascimento. Segundo Lavínia, esta prática de partos nos EUA é aderida por muitas brasileiras. “É mais comum do que a gente imagina. Estou recebendo muitas mensagens de mulheres que já fizeram, inclusive outras venâncio-airenses. É um processo todo feito de forma legal”, pontuou.

“Estou ansiosa para conhecer o rostinho dela. Sinto ela mexendo e fico imaginando como será o rosto e chorinho dela. É um momento único na vida de uma mulher.”
LAVÍNIA WACHHOLZ NAUE – Arquiteta à espera da filha Lívia
Lavínia explica que no dia do nascimento, a certidão de nascimento americana já é emitida e a partir deste documento se encaminha uma espécie de CPF, o Social Security number (SSN). Com essa identificação será confeccionado o passaporte americano. Depois desta etapa, na sede de um consulado brasileiro serão encaminhados a certidão e passaporte brasileiros. “O pensamento número 1 foi o futuro dela. A gente sabe que muitos brasileiros vêm para os EUA buscar uma oportunidade de vida melhor. Realmente as coisas aqui são diferentes. No futuro, se ela quiser morar, estudar aqui ou se ela não quiser nada disso, quiser apenas viajar, a gente já cumpriu nossa missão e ela vai poder escolher o que fazer com a cidadania”, destacou.
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