
Familiares de internos da Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva) deram, literalmente, com a cara na porta nesta terça-feira. Por conta da paralisação em virtude do parcelamento dos salários dos servidores públicos e da votação do pacote do Piratini, os agentes penitenciários deixaram de atender as pessoas que pretendiam fazer a carteira e se cadastrar para ter direito de realizar visitas. E dependendo do que for aprovado na Assembleia Legislativa, as visitas também serão suspensas, assim como outros serviços.Oficialmente, os agentes penitenciários estão em greve e só atendem casos emergenciais. Está mantida a alimentação, atendimento médico, hospitalar e alvarás de soltura. Porém, seguindo orientação do sindicato da categoria – a Amapergs -, o efetivo usado é o mínimo previsto em Lei, ou seja, 30% do necessário.Ontem, depois de despachar um grupo de mulheres que pretendia fazer a carteira de visitas, alguns agentes penitenciários foram a Porto Alegre acompanhar a votação do denominado ‘Pacotão do Sartori’. As mudanças previstas pelo atual governo atingem diversas categorias e está sendo motivo de muita discussão.Para os agentes penitenciários, as principais mudanças se referem ao regime de plantão, o aumento da carga horária, a maior contribuição à previdência e os parcelamentos dos salários.Mas as manifestações não ficam por aí. Na manhã desta quarta-feira, um grupo de familiares de apenados se mobiliza para fazer um protesto em frente à Peva. A informação foi repassada pela esposa de um preso, no fim da tarde desta terça.
PREJUíZOSO maior dos prejuízos deste pacotão, observam os agentes, é a mudança no regime de plantão. Hoje, quase que a totalidade dos servidores reside em outros municípios. Assim, definem sua escala, trabalham e retornam para suas casas.Com a mudança proposta pelo governador José Ivo Sartori, os plantões passarão das atuais 24 horas para 8 horas. “E como é que faremos? A maioria de nós é de outra cidade e então teremos que nos mudar para cá e quem vai pagar esta conta”, questionam os agentes. Outra reclamação é do aumento da contribuição providenciaria e a proposta de parcelamento do 13º salário. Segundo os servidores, o Governo acena com R$ 1.200 no começo de 2017 e o restante em suaves parcelas, até novembro que vem. Uma mudança que atinge toda a classe do funcionalismo público e que está sendo motivo de paralisações e protestos em diversos setores. A Polícia Civil, por exemplo, também só atende casos graves.