Cooperativismo: além de um movimento econômico, uma filosofia de vida

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Uma cooperativa surge por iniciativa e vontade dos cooperados e conta com uma gestão compartilhada, com decisões que têm por base a realidade vivenciada na localidade onde ela atua.

O professor do curso de pós-graduação na área de gestão de cooperativismo da Universidade do Vale do Taquari (Univates), Sandro Kirst, explica que uma cooperativa não tem dono e empregados mas, sim, sócios que buscam soluções compartilhadas.

Essa organização implica em desafios conjuntos e resultados que são partilhados de forma igualitária. “Pode-se dizer que o cooperativismo, além de um movimento econômico, é uma filosofia de vida”, comenta Kirst.

De acordo com o professor, o cooperado tem o benefício de ser dono do negócio, mas, ao mesmo tempo, o compromisso de ser gestor, pois ele também tem acesso a números, processos e a aspectos legais da cooperativa. “Cada direito ou benefício implica também compromissos e deveres. Sozinho seria mais difícil levantar capital e tomar decisões de uma empresa”, observa.

A agricultora Joselita Dagmar Brandão, 30 anos, participa da Cooperativa dos Produtores de Venâncio Aires (Cooprova) há cerca de seis anos. Atualmente, ela e o marido Claudiomar Brandão, 44 anos, oferecem cerca de 35 produtos na feira da Cooprova, como verduras, laranja, cenoura, aipim e nozes, entre outros.

A produtora rural lembra que o casal plantava apenas tabaco, quando ela começou a cultivar beterraba e teve a ideia de vender. Então, foi à procura da Cooprova, o que possibilitou que eles passassem a produzir mais alimentos.

Para Joselita, que é secretária da Cooprova, a participação na cooperativa contribui para a distribuição dos produtos. “Aqui, um pequeno produtor consegue ter rendimento e pode ter mais variedade de produtos”, ressalta. Ao mesmo tempo, ela observa que a cooperação acontece, também, na feira. “Um ajuda o outro. Quando alguém não consegue vir, nós cuidamos e vendemos os produtos dessa pessoa.”

Além de a família participar da cooperativa com outros agricultores, Joselita é associada à cooperativa de crédito Sicredi há 5 anos. Para ela, o atendimento personalizado da instituição é destaque. “Eles sabem fazer com que as pessoas se sintam bem acolhidas”, comenta a produtora, que acredita que o cooperativismo está em atitudes cotidianas e é preciso ajudar uns aos outros. “Ninguém faz nada sozinho. As pessoas se ajudarem faz com que todos evoluam.”

Joselita atua na feira da Cooprova em segundas, sextas-feiras e sábados (Foto: Alvaro Pegoraro)

Saiba mais

– Segundo o professor Sandro Kirst, da Univates, o cooperativismo é um modelo de gestão na Europa e, por isso, as regiões do estado com descendentes europeus têm mais tendência cooperativista. O Vale do Taquari é referência nacional no assunto, com cerca de 80% da população envolvida com cooperativas.

– A Cooprova tem cerca de 220 associados, oferece mais de 60 tipos de produtos e participa dos Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Princípios do cooperativismo

– Adesão livre e voluntária

– Gestão democrática

– Participação econômica dos sócios

– Autonomia e independência

– Educação, formação e informação

– Cooperação entre cooperativas

– Preocupação com a comunidade

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