Caixa já financiou 3,3 mil moradias em Venâncio pelo Minha Casa, Minha Vida

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Basta andar pela cidade e ver o quanto o número de moradias aumentou. Há casas novas, por todos os lados. Na região Oeste de Venâncio Aires, por exemplo, onde estão os bairros Bela Vista, Aviação e Santa Tecla, assim como o lado Sul, na região do Parque do Chimarrão, as casas recém-pintadas, os resquícios de cimento e os amontoados de areia e brita na frente de casa são os sinais mais recentes de que muitas famílias conquistaram ou estão erguendo a sonhada casa própria. 

Para realizar a meta de dar adeus ao aluguel, a maioria das famílias, especialmente das classes C, D, E, recorre a linhas de créditos específicas. O chamado ‘crédito habitacional’ ganhou fôlego em 2009 com a criação do Minha Casa, Minha Vida, programa do Governo Federal. Além de possibilitar o acesso mais facilitado às famílias, empresários do setor também colhem os frutos do crescimento deste mercado que teve seu ‘boom’ em Venâncio Aires há quatro anos, mas ainda mantém-se aquecido. Do material de construção à criação de novos loteamentos, a economia como um todo sentiu os efeitos da facilidade para construir e comprar o lar.Dados da superintendência da Caixa Econômica Federal repassados com exclusividade à Folha do Mate, mostram que desde 2009, ano de criação do programa, até agora, 3.301 unidades habitacionais foram financiadas em todas as faixas do programa Minha Casa, Minha Vida, na Capital do Chimarrão. Ou seja, em nove anos, 3.301 famílias encaminharam o financiamento e se mudaram ou estão para se mudar para a casa ou apartamento próprio.Deste total, 1.109 imóveis se enquadram na faixa 1, que são os selecionados pela Prefeitura e contemplam moradores de baixa renda inscritos e avaliados segundo critérios de Assistência Social. Maior ainda é o número de financiamentos da chamada faixa 2: são 1.936 pessoas que procuraram a agência da Caixa para solicitar crédito para construção da casa ou compra de uma unidade nova. Pela faixa 3, foram 256 contratos até agora. O que muda de uma faixa para outra é a renda. É o valor da renda que indica a faixa que o cliente se enquadrará.

PRIMEIRA CASASegundo a Caixa, na hora de buscar aprovação do crédito, normalmente quem possui saldo no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) utiliza o valor para abater parte da dívida financiada. Além disso, o perfil que mais procura pelos financiamentos são jovens, com até 30 anos de idade, que estão adquirindo o primeiro imóvel.O número expressivo de contratos também vai ao encontro da possibilidade de famílias com renda bruta de até R$ 7 mil poderem acessar o financiamento. Com a realidade da renda salarial local, boa parte da população venâncio-airense se enquadra e tem a chance de financiar um imóvel pelos critérios do programa. Dados do IBGE, de 2016, indicam que o salário médio mensal dos trabalhadores formais de Venâncio Aires é de 2,3 salários mínimos, ou seja, R$ 2.194,20. Se consideramos a renda de um casal na avaliação do crédito, mesmo assim, a família estaria apta a ter o financiamento aprovado no critério da renda bruta familiar.Segundo o superintendente executivo de Habitação da Caixa Vale do Sinos, Jairo Manfro, o pico de concessões de financiamentos ocorreu no ano de 2014. Naquele ano, somente em Venâncio Aires foram contratadas 550 unidades, em todas as faixas do programa.

LIMITE DE CRÉDITONa hora de buscar o crédito para a compra ou construção de uma casa, a dúvida de muitos é o limite que pode ser liberado e em quantas vezes a conta pode ser parcelada.O limite de crédito através do programa Minha Casa, Minha Vida varia de município para município. No caso de Venâncio Aires, o limite de avaliação da Caixa é de R$ 140 mil, sendo que o financiamento pode ser de até 80% deste valor, limitado a capacidade de pagamento do proponente. Já o prazo máximo de financiamento é de 420 meses, ou seja, 35 anos, podendo variar em função da idade do cliente.Da mesma forma, a taxa de juros também varia conforme a renda bruta do futuro proprietário. Quanto maior a renda, maior o percentual de juros. Quando a renda é de até R$ 2,6 mil, o juro é de 5,5%; entre R$ 2,6 mil e R$ 3 mil, a taxa é de 6%; de R$ 3 mil a R$ 4 mil é de 7%; de R$ 4 mil a R$ 7 mil, os juros chegam a 8,16%.

1,93% é o percentual total de inadimplência nas operações de crédito imobiliário da Caixa, no primeiro trimestre de 2018.

Habitação rural – As moradias rurais pelo programa Minha Casa, Minha Vida passam por seleção do Ministério das Cidades. Em Venâncio já foram contratadas, segundo a Caixa, 328 unidades, sendo que o primeiro contrato foi assinado em 2011. Este número não entra na soma das 3.301 unidades das faixas 1, 2 e 3.

Mato Leitão – A Caixa de Venâncio atende, também, Mato Leitão. Na Cidade das Orquídeas foram celebrados 141 contratos em todas as faixas do programa Minha Casa, Minha Vida, desde 2009. Deste total, 28 pela faixa 1; 111 pela faixa 2 e; dois pela faixa 3. Além disso, 28 são para o meio rural através do Programa Nacional de Habitação Rural.

CRITÉRIOSO programa Minha Casa, Minha Vida financia somente unidades novas ou a construção de unidades. Os critérios são:

Não possuir imóvel residencial, 

Ter renda mensal bruta familiar de até R$ 7 mil 

Aprovação de crédito pela Caixa 

Imóvel avaliado pela Engenharia da Caixa de até R$ 140 mil (vale para os contratos de Venâncio Aires.)

Casa nova para Maria Alice

Foto: Cassiane Rodrigues / Folha do MateDepois de conquistar a casa própria, Adenilso e Eliane vivem o sonho de serem pais com a chegada da Maria Alice
Depois de conquistar a casa própria, Adenilso e Eliane vivem o sonho de serem pais com a chegada da Maria Alice

O programa de financiamento habitacional ‘Minha Casa, Minha Vida’ oportunizou a aquisição da casa própria para o casal Adenilso Chaves, 40 anos, e Eliane Kroth, 35. O metalúrgico e a professora moraram por 14 anos de aluguel até conseguirem adquirir o tão sonhado imóvel. O primeiro passo dado pelo casal foi procurar uma imobiliária com posto da Caixa Econômica Federal (CEF) no início do ano de 2016 para encaminhar o pedido de financiamento. Depois disso, eles foram à procura de um terreno para a construção. “Foi relativamente fácil encontrar um terreno que gostamos e cabia no bolso”, afirma Eliane.A obra começou em julho de 2016, no bairro São Francisco Xavier e, em dezembro, o casal se mudou para a moradia nova. “Valeu muito a pena fazer o financiamento, pois não teríamos condições de adquirir a casa própria de outra forma”, diz a professora. A possibilidade de abater o valor das parcelas usando o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é uma oportunidade valorizada pelo casal. “Diminuindo o valor das parcelas podemos usar o dinheiro restante para fazer melhorias na nossa casa”, completa.A partir desta iniciativa tão importante na vida do casal, há quase dois anos, agora eles estão curtindo a realização de outro sonho. A primeira filha, Maria Alice, nasceu no dia 14 de maio para completar ainda mais esta felicidade.



Letícia Wacholz

Letícia Wacholz

Atua há mais de 15 anos na Folha do Mate e desde 2015 é editora. A jornalista coordena a produção jornalística da redação integrada com a Rádio Terra FM. Assina a coluna Mateando, a página 2 do jornal impresso e apresenta o programa Folha 105 - 1ª edição, de segunda a sexta-feira, ao vivo, das 11h às 12h.

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