
A frase pode parecer clichê, mas ‘realizar o sonho da casa própria’ nunca perdeu força ou importância. Afinal, conquistar o próprio espaço sempre será um dos maiores objetivos das pessoas, seja pelo aspecto familiar ou econômico. Ainda que a palavra crise esteja presa ao cotidiano brasileiro, aos poucos aquilo que os profissionais da área de finanças chamam de “recuperação econômica” parece indicar novas possibilidades. Nesta linha, está o pensamento do economista Eduardo Lamas. Ele diz que houve uma retração no mercado de financiamentos há cerca de três anos, o que fez muitas pessoas adiarem a decisão de comprar a casa própria. Mas agora, mesmo lentamente, se percebe uma melhora na economia. Consequentemente, a confiança cresce.
Empresários, corretores, economistas e mesmo quem quer comprar a casa própria, concordam que essa conquista, na grande maioria das vezes, só se torna possível com auxílio financeiro. Se o caminho for o financiamento, é preciso ter cuidado e fazer uma poupança consistente, a longo prazo. Lauri Behling, empresário e sócio de uma construtora em Venâncio Aires, destaca que 90% das obras realizadas pela sua empresa são financiadas. “É raro uma pessoa ter o próprio dinheiro para construir a casa”. Ele revela ainda que a falta de dinheiro faz com que muitos não se preocupem com o tamanho do imóvel. Se a dívida couber no bolso, a família também caberá na casa, não importando, inicialmente, o tamanho dela.
Nesse cenário de dependência de crédito, o economista Eduardo Lamas ressalta que pensar em uma poupança alta é o principal, mas outros fatores também são determinantes, como o emprego fixo. É uma segurança mínima de que se terá condições de pagar as prestações do imóvel e, antes delas, todas as taxas que envolvem a burocracia do contrato. A estabilidade empregatícia também é destacada pelo empresário e corretor Alberto Kappel. Segundo ele, as taxas e prestações, por exemplo, são inerentes ao negócio e é preciso garantias para assumir um compromisso de 20 anos ou mais. “Ninguém vai investir em um imóvel se não tiver estabilidade, levando em conta que cerca de 90% dos casos são financiamentos e, portanto, uma dívida a longo prazo”.
Para quem está pensando em adquirir a casa própria e tem no financiamento o único respaldo financeiro para a compra, buscar auxílio de um corretor é sempre válido. Alberto Kappel explica que além de resolver a questão burocrática do contrato – como análise de documentação, vistoria, encaminhamentos junto a cartório ou prefeitura – há a intermediação entre vendedor e comprador do imóvel, além da preocupação jurídica para que casa e terreno estejam regularizados.
Se há praticamente uma unanimidade de que o financiamento segue como principal forma de adquirir a casa própria, há várias maneiras de buscar linhas de crédito, como em bancos e cooperativas, por exemplo. Assim, cabe ao interessado procurar as informações necessárias, se certificando das escolhas. Conquistar o sonho do próprio espaço passa, principalmente, por planejamento e organização financeira.
Dicas para quem pensa em financiar:
Ter uma poupança maior, pensando nas taxas e prestações, tanto antes como depois de receber o imóvel;
O interessado precisa ter estabilidade no emprego. Se não houver uma certeza mínima de que continuará empregado, não é o momento de pensar em financiar para comprar;
Como a casa própria é, na maioria dos casos, a maior compra da vida de uma pessoa, é preciso ter consciência de que ficará com o imóvel. Isso porque não se troca ou sai facilmente de um financiamento sem baixo custo.