Iniciada em janeiro, a comercialização do tabaco no Vale do Rio Pardo soma 75% até o momento. Os números foram divulgados por Iraldo Backes, gerente técnico da Afubra. Em Venâncio Aires, conforme apurado junto às fumageiras, o índice varia entre 55% a 75%.
Backes observa que o número varia e depende das regiões, como as que tradicionalmente colhem mais tarde e por isso, também comercializam mais tarde. é o caso da região Sul do Rio Grande do Sul, como os municípios de Camaquã e São Lourenço do Sul, por exemplo, que hoje são polos fortíssimos. Lá existe uma quantia bem maior de tabaco a ser comercializado se for comparado com a região do Vale do Rio Pardo, que já está mais adiantada. A região de Sobradinho e Barros Cassal também está um pouco mais atrasada. “Mas de forma geral podemos afirmar que estamos chegando a 75% desta safra comercializada”, acentua.
Comentários surgiram que neste final de safra, empresas estão praticando um preço bem acima da tabela e que a quantidade restante poderia suprir parte de uma determinada encomenda que viria do exterior. Backes afirma que não sabe nada oficialmente sobre isso, porém, o comentário dos produtores é que principalmente os tabacos mais escuros estão sendo bem valorizados diretamente com referência à classe. “Nem sempre é de primeira qualidade e está sendo adquirido não levando em conta isso e sim, pago de primeira classe. Isto valoriza bastante este produto e o produtor sai muito satisfeito com este valor auferido”, comenta.
Outro detalhes abordado por Backes é que o produtor está conseguindo um lucro conseguido pela última vez há oito anos, conforme afirmado há algum tempo pelo presidente da Afubra Benício Albano Werner. Questionado se este fato não estaria motivando os produtores a aumentarem a quantia a ser plantada na próxima safra, Backes observa que olhando de forma localizada, em algumas regiões vai haver um aumento na área, sim. Porém, há outras regiões que segundo ele, com certeza, haverá redução e, olhando em nível geral, o número deve ficar muito parecido com a safra atual. “Aliás, a nossa pesquisa está nos dizendo que poderemos ter uma redução em nível dos três estados do Sul”, observa. A variedade Burley, conforme Backes, também foi muito bem valorizada e têm algumas regiões que pode haver um pequeno aumento. “Mas de um forma geral, os números devem ficar muito parecidos e isto é muito salutar porque o produtor este ano, novamente sentiu que quando a oferta e a procura estão em equilíbrio, o trabalho dele no dia a dia, é muito melhor valorizado, o produto é melhor comprado, há menos estresse e discussão em relação e preços e valor auferido.”
Também a mão de obra é um fator que tem contribuído para que não haja uma expansão na área de produção. Backes cita o litoral Sul de Santa Catarina como uma região onde nos três últimos anos o número de produtores teve uma redução de 50% e basicamente por falta de mão de obra. A construção civil, conforme Backes, absorveu muito daquela mão de obra que estava no meio rural, que era eventualmente contratada, principalmente para a fase da colheita. “Este setor absorveu esta mão de obra e deixou o produtor com pouca opção para a contratação e, quando ela ainda existe, é muito bem valorizada por aquela pessoa que eventualmente ainda se dispõe colher tabaco nas lavouras”, compara.