“Dizem que a mulher é o sexo frágil. Mas que mentira absurda!”, já dizia a polêmica música de Erasmo Carlos na década de 80. Pois bem, quase 40 anos depois, o estereótipo sexo

frágil não se encerrou. De outro lado, está a luta para desmistificar este conceito no Brasil e encorajar as mulheres a ocuparem os seus lugares independentemente do gênero e a terem a coragem de denunciar os atos de violência, sofridos especialmente dentro de suas casas.
Em Venâncio Aires, a estimativa é de que o número de mulheres agredidas seja muito maior do que os registros no Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas). Hoje, a cada 18 dias, uma mulher tem a coragem de buscar uma vida sem violência, seja denunciando o parceiro, pedindo ajuda ou mesmo aprendendo a lidar com situações que impedem que tenha uma qualidade de vida adequada.
Conforme a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, entre dezembro e fevereiro foram registrados e acompanhados cinco casos de mulheres violentadas física e moralmente. Estes números podem ser ainda maiores, pois a maioria das mulheres ainda silencia. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Segurança, no ano de 2015, em Venâncio Aires, há registro de 195 ameaças, 83 casos de violência corporal, dois estupros e uma morte.
A assistente social e vereadora Ana Cláudia do Amaral Teixeira estima que os números sejam ainda maiores e destaca a dificuldade de denunciar. “Uma vez tomada a decisão, a mulher sabe que isso envolve o seu ambiente familiar, os filhos, tratando-se de medo, ameaças, então é preciso ter este suporte para as vítimas”, defende. Ao poder público, cabe organizar ações que promovam decisões, planos e metas para a resolução de problemas de interesse público, no caso, contra a violência da mulher.

De acordo Ana Cláudia, a questão das mulheres é fruto de pautas constantes no que se refere às formas de empoderamento das mulheres por meio de espaços na sociedade e de suporte. Ana Cláudia destaca que o Creas, por exemplo, tem suporte para atender as mulheres e seus filhos vitimados pela violência doméstica por meio de psicólogos e assistentes sociais. Também é possível fazer o encaminhamento da vítima de violência para abrigos, recebendo o acompanhamento direto. A secretária adjunta de Desenvolvimento Social, Claidir Trindade, aponta a criação de órgãos como os conselhos e o Creas como espaços de discussões e planejamento das possibilidades de atendimento às mulheres que são vítimas e que necessitam de apoio.
PROJETOExiste projeto de criação da Casa das Mulheres, um espaço com atendimentos mais complexos, inclusive com assistência jurídica, oficinas com opções voltadas ao mercado de trabalho, porém, Claidir acrescenta que não há recursos para colocá-lo em prática.
O que Venâncio já tem
Coordenadoria Municipal da MulherConselho Municipal da MulherPosto de Atendimento à Mulher (PAM)Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas)Grupo Identidade Positiva (Cras da Batistti)Grupo de GestanteGrupo de aleitamento maternoMulheres Mil (parceria com IF Sul)