Dia de refletir sobre o consumo do cigarro

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Foto: Kethlin Meurer / Folha do MateCláudio fuma desde os 16 anos e conta que já tentou parar de fumar, mas não conseguiu
Cláudio fuma desde os 16 anos e conta que já tentou parar de fumar, mas não conseguiu

No mundo, há milhares de pessoas que fumam cigarro todos os dias. Contudo, a maioria dos consumidores tem conhecimento sobre os riscos à saúde e não nega que o cigarro também encareceu nos últimos tempos. O agricultor Cláudio Jair Ribeiro, 47 anos, por exemplo, fuma desde os 16, e ‘ameaça’ até mesmo parar de fumar ou reduzir o consumo caso o cigarro fique ainda mais caro.

Vale lembrar que hoje é o Dia Mundial Sem Tabaco, criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A reportagem pauta o tema, alerta sobre os riscos do cigarro à saúde da população e o quanto os impostos também interferem na compra e venda da mercadoria. Para se ter ideia, alguns estudos indicam que o aumento dos preços do cigarro contribui para estimular os fumantes a deixarem de fumar, assim como, faz com que crianças e adolescentes não cheguem a colocar algum cigarro na boca. Segundo informações da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CONICQ), desde 1º de maio uma nova alíquota para os pacotes com 20 cigarros, está em vigor, elevando para 63,3% a taxa tributária do cigarro. Mas os aumentos não param por aí. Um novo aumento está previsto após o dia 1º de dezembro de 2016 (66,7%).

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Vício‘fala mais alto’‘Seu’ Ribeiro, por exemplo, é um dos milhares de fumantes que existem. Ele gasta cerca de R$ 150 por mês apenas com cigarro e fuma, em média, uma carteira com 20 unidades por dia. Comenta que chegou a consumir em torno de três carteiras diárias, mas há um ano optou por reduzir o consumo em função da própria saúde, bem como, devido ao alto custo dos cigarros.

Largar o cigarro ele já tentou, mas não deu muito certo, pois conseguiu ficar apenas uma semana sem fumar. O vício, de acordo com Ribeiro, ‘falou mais alto’, o que fez a tentativa não funcionar como o esperado. “Quando eu era jovem, eu fumava bem menos, mas piorou com o passar dos anos. Gastar com cigarro é jogar o dinheiro fora”, comenta.

Na opinião dele, além de caro, o cigarro é prejudicial. Ao agricultor conta que se caso não gastasse com o produto, poderia aproveitar o dinheiro para investir em outras coisas mais positivas à saúde. “Eu poderia sair, ir para um restaurante, fazer uma coisa diferente, por exemplo, mas é difícil parar”, conta.

Efeitos do cigarro na saúdeDe acordo com o pneumologista de Venâncio Aires, André Puglia, os riscos do cigarro à saúde são muito grandes. Segundo ele, o fumante começa a apresentar falta de ar após fumar cerca de 30 anos. “O cigarro é traiçoeiro, porque, no início, ele não dá sintomas, mas à medida que o tempo passa e a pessoa já está com o vício, ela tenta parar, mas não é fácil”, ressalta. Além da falta de ar, ao se tratar de bronquite e enfisema, o cigarro também provoca tosse.

O envelhecimento da pele é uma das características da pessoa que fuma. O fumante também pode ter a obstrução das artérias de todo o corpo e, no caso das artérias do coração, há risco de infarto. O cigarro também afeta as artérias cerebrais, o que pode resultar em uma isquemia, falta de memória ou perda de raciocínio. Quanto à pele, é a falta de circulação que provoca o envelhecimento. O pneumologista ainda comenta que os dentes também ficam mais amarelados em função do cigarro. Este pode aumentar, ainda, o risco de câncer de bexiga, pulmão e de próstata.

é a nicotina que causa dependência do cigarro e, segundo Puglia, a dependência é tão intensa, que quando a pessoa não fuma, pode ter sensação de desespero. Contudo, a irritabilidade causada pela falta do cigarro dura quatro semanas. Logo depois o organismo se recupera e volta ao normal. “O tratamento que é indicado para a pessoa parar de fumar é de três meses. Se a pessoa conseguir ficar três meses sem fumar, teoricamente ela é uma ex-fumante, então ela não precisaria tomar algum remédio”, ressalta.

De acordo com o profissional, a pessoa que não fuma, mas convive com um fumante, também pode apresentar tosse ou falta de ar. Além disso, Puglia ressalta que desde 1995, o número de fumantes no país diminuiu.

AUMENTO DE PESODe acordo com o pneumologista André Puglia, o fumante não sente o sabor do alimento. No momento em que a pessoa para de fumar, ela passa a sentir o gosto das comidas e, por isso, começa a gostar de comer. Deste modo, a quantidade de alimentos consumidos faz a pessoa engordar. “Quando a pessoa para de fumar, faço o alerta para que cuide da alimentação, porque vai ter tendência a engordar”, comenta. Além disso, Puglia ressalta que o fator emocional, como a ansiedade, também faz algumas pessoas adquirirem mais peso quando param de fumar.

 

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