O técnico em mecatrônica Gerson Ornélio Lehmen, 46 anos, e a vendedora Laura Gonzales Pereira Lehmen, 42 anos, casaram em 1997 e, poucos anos mais tarde, queriam aumentar a família. Porém, uma triste notícia, confirmada em 2008, afastou a possibilidade de terem filhos. Infértil, Laura não poderia realizar o sonho de ser mãe biológica e sofreu com este diagnóstico até o início de 2010. O casal, no entanto, decidiu que iria superar o drama e buscou a habilitação judicial para adotar uma criança.
Marido e mulher reuniram os documentos necessários para o cadastro, passaram por entrevistas no Poder Judiciário, foram considerados aptos e entraram para a lista de espera. O processo seguiu com visitas de assistentes sociais – que iam à residência do casal para confirmar as informações passadas à Justiça – e muita angústia. Não demorou muito para que Gerson e Laura começassem as visitas à Casa de Passagem localizada no bairro Battisti, que abriga crianças em situação de vulnerabilidade social.
Inicialmente, o objetivo era de interagir com os pequenos, retomar a alegria dos tempos em que eles planejavam a chegada do primeiro filho. Como precisavam aguardar pelo chamado da Justiça, que é quem faz valer a posição na lista de espera, aproveitavam para dar e receber carinho. Entretanto, no dia 1º de agosto de 2010, uma criança chamou a atenção do casal. Na época, faltavam quatro meses para o pequeno completar três anos de idade. Ele brincava no cantinho da sala de recreação e, assim que Gerson e Laura o viram, “foi uma química incrível, algo que não há como descrever”, recorda a vendedora.
O semblante do garoto, garante Laura, era de felicidade. “Olhava para o meu marido, olhava para a criança e estávamos todos sorrindo”, relata ela, sem conseguir segurar as lágrimas. Gerson também não consegue conter a emoção quando lembra daquela data. “Foi diferente, de verdade. O coração começou a bater num ritmo acelerado”, revela, com os olhos marejados. O menino foi parar na Casa de Passagem porque a mãe era usuária de drogas e o abandonava com frequência, e o pai havia sido preso por tráfico de entorpecentes. Por conta disso, a Justiça destituiu o poder familiar e ele acabou abrigado.
Olhava para o meu marido, olhava para a criança e estávamos todos sorrindo
Laura LehmenVendedora e mãe adotiva
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