Quando o jornal é ferramenta de ensino

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Nos primeiros níveis da educação infantil, ele serve como ‘forro’ para as pinturas. Mais tarde, é utilizado para atividades de recorte e colagem. Quando já se sabe ler, para reconhecer palavras e tentar ler pequenas frases. Depois, auxilia na interpretação de textos e no desenvolvimento do hábito da leitura de notícias do cotidiano.

O fato é que o jornal está presente nas escolas desde muito cedo como instrumento no desenvolvimento do aprendizado. Os estudantes do 5º ano do Colégio Professor José de Oliveira Castilhos têm um convívio durante todo o ano com o jornal, com o Mural de Notícias. Toda semana, cada aluno escolhe uma notícia para levar para a sala de aula. A orientação é que o assunto seja discutido em casa com a família e, na escola, se reúnem novamente para falar sobre as temáticas.

Segundo a professora Márcia Edinéa dos Santos, 50 anos, o objetivo é incentivar o olhar crítico dos alunos, de modo que eles tenham interesse em saber mais sobre os acontecimentos fora do ambiente familiar e escolar. A atividade é desenvolvida desde o ano passado pela professora com os estudantes do 5º ano da instituição.

Ela explica que a turma se reúne para falar sobre o que cada um trouxe para que o momento seja de troca de ideias e também de compreensão dos textos. “É uma forma de estimular que eles fiquem bem informados, que tenham uma visão de mundo sobre diversos aspectos”, afirma.

INTERPRETAÇÃO
A professora também orienta que os alunos façam resenhas críticas sobre os assuntos. Assim, eles podem colocar no papel suas visões sobre o tema. “Eles leem em casa e criam uma discussão sobre os temas com as famílias, é uma forma de incentivar o lado crítico de cada um”, ressalta.

Márcia também considera que essa é uma forma de estimular a leitura, o que auxilia muito na interpretação de textos. Ela também orienta os alunos para que escutem programas de rádio, assistam a noticiários na televisão, para que estejam atentos ao mundo à sua volta. Além disso, aposta em outras formas de ensinar os conteúdos propostos. “Utilizo muito a arte, pois é a forma das crianças se expressarem melhor”, diz.

Márcia desenvolve atividade do Mural de Notícias desde o ano passado, na turma do 5º ano (Foto: Cassiane Rodrigues/Folha do Mate)

Folha do Mate desenvolve projeto Folheando há dez anos
Desde 2009, a Folha do Mate realiza o projeto Folheando – Incentivo à leitura em sala de aula, em escolas do município. A proposta aproxima os estudantes das técnicas de produção de um jornal e possibilita que eles elaborem um suplemento especial, que circula encartado na Folha.
A coordenadora de projetos sociais da empresa, Jaqueline Caríssimi, explica que um dos propósitos do projeto é desenvolver o potencial comunicativo dos alunos, visando melhorar as relações no ambiente educativo, além de elevar a autoestima e a capacidade de expressão e colaborar na formação de uma visão crítica dos meios de comunicação.

“Neste processo, o estudante é construtor dos conteúdos. O jornal entra com uma parcela de ferramenta pedagógica eficiente na linha do questionamento, da construção de argumentos e da comunicação para que, a partir da pesquisa da construção e reconstrução do aluno, possa haver o aprendizado”, ressalta Jaqueline.

Ao longo dos dez anos de projeto, o Folheando já atingiu, de forma direta, em torno de 1,2 mil alunos. Neste ano, a ação já foi realizada nas escolas Alfredo Scherer e Wolfram Metzler e, no segundo semestre, será desenvolvida na Zilda de Brito Pereira e na Benno Breunig.

Formas de utilização do jornal em sala de aula
No formulário de inscrição do prêmio ‘Adiante, professor’, promovido pela Folha do Mate, educadores que atuam em diferentes níveis e escolas de Venâncio Aires informaram como utilizam o jornal em sala de aula. Abaixo, confira alguns dos exemplos:
– Manuseio para auxiliar na motricidade: rasgar, amassar e criar pequenas bolinhas.
– Recortes de figuras para criar reportagens fictícias.
– Leitura para auxiliar na interpretação de textos.
– Reconhecer letras e palavras na alfabetização.
– Apresentar diferentes gêneros textuais, como reportagem, artigo e entrevista.
– Improvisação de cenas nas aulas de teatro, a partir das matérias.



Cassiane Rodrigues

Cassiane Rodrigues

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), atua com foco nas editorias de geral, conteúdos publicitários e cadernos especiais. Locutora da Rádio Terra FM, tem participação nos programas Terra Bom Dia, Folha 105 1° edição e Terra em Uma Hora.

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