Nesta quinta-feira, 8, completa um mês da volta às aulas presenciais na Educação Infantil. Em Venâncio Aires, um dos poucos municípios gaúchos que retomaram o atendimento logo após a liberação do Governo do Estado, as impressões iniciais são de uma rotina tranquila.
Ainda que as primeiras quatro semanas fossem de readaptação dos alunos a uma realidade completamente nova, a informação é de que não houve problemas. “Podemos dizer que tem sido muito tranquilo, com crianças e pais conscientes de toda essa nova rotina”, relatou Stefana Weiss, representante das escolas particulares de Educação Infantil junto ao Centro de Operações Emergenciais de Saúde para a Educação (COE-E) Municipal.
Stefana também administra uma escola, a Educare. Nela, são cerca de 50 alunos, entre 0 e 6 anos, que vão para o educandário para participar apenas de atividades recreativas. Ou seja, o ensino também continua de forma remota e as tarefas são realizadas em casa.

Quem também mencionou tranquilidade no trabalho foi a diretora da Ursinho Pympão, Raquel Peres. “Claro que começamos com certa apreensão, mas as crianças já vinham dessa realidade diferente em casa, com o distanciamento social e o uso de máscara.”
Raquel também destacou as medidas que vieram para ficar. “Acredito que muitas coisas vão permanecer, mesmo depois da pandemia e de uma vacina. Sempre tivemos atenção à higiene e cuidados com a saúde, mas agora mais ainda.” Na Pympão, por exemplo, algo que já vinha sendo feito é a troca de calçados na chegada à escola.
Além disso, seguem todos os protocolos, como uso de máscara e álcool gel. Atenta a isso, Ângela Kappaun Vieira entendeu que poderia levar a filha, Ana Laura, de 6 anos, de volta à escola. “Ela estava precisando retomar um pouco do convívio e por isso estamos trazendo só para as oficinas, que duram até duas horas”, explicou.

Segurança
Sem relação direta com a curva da Covid-19, as primeiras semanas de atividades presenciais nas escolas são comemoradas pela Administração. Isso porque o retorno da Educação Infantil poderia ter influenciado os indicadores do coronavírus em Venâncio, o que não se confirmou.
“Se tivesse aumento nos indicadores, poderia ter relação com alguma flexibilização. Felizmente, conseguimos manter todos os protocolos de segurança e tem sido mais fácil do que imaginamos”, destacou a fiscal de Posturas e coordenadora técnica da Secretaria da Fazenda, Daniele Mohr.
Ainda conforme Daniele, houve um aumento na procura de pais interessados em mandar as crianças para as escolas. No entanto, as instituições ainda precisarão manter o limite de 50% da suas capacidades. “Qualquer decisão sempre será de acordo com o que determinar o Estado e, por enquanto, o Município não pretende mudar as determinações relacionadas às escolas.”
Sem previsão para volta nas municipais
Enquanto a maioria das instituições particulares de Venâncio Aires já retornou com a Educação Infantil e o Ensino Médio, a rede municipal de Venâncio Aires segue sem previsão.
De acordo com informações da Secretaria de Educação, os riscos precisam ser minimizados. Isso passa, segundo a pasta, por uma melhora nos indicadores de transmissão do coronavírus no município, mesmo que seja difícil dar garantias de segurança. Além disso, o argumento leva em conta o número de mortes e casos registrados entre agosto e setembro.
Ou seja, a indefinição não passa por falta de recursos para aquisição de materiais de higiene e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Isso já foi comprado há cerca de dois meses e há estoque de aventais, propés (sapatilhas descartáveis), máscaras, visores, termômetros, álcool gel, álcool 70%, sabonete líquido, papel toalha e dispensers. Tudo adquirido com recurso próprio – cerca de R$ 120 mil – do orçamento da Educação.
Respaldo
O órgão municipal também informou que as decisões até agora têm o respaldo do Conselho Municipal de Educação, que validou o plano de ação da pasta. Isso inclui a manutenção do ensino híbrido (parte em casa, parte na escola), caso ocorra uma volta.
Nessa linha, uma decisão de Brasília também pode pesar na deliberação municipal. Na terça-feira, 6, o Conselho Nacional de Educação aprovou a validade do ensino remoto até dezembro de 2021. O texto também torna possível que estados e municípios optem pela fusão dos anos letivos de 2020 e 2021. O documento ainda deverá ser homologado pelo Ministério da Educação (MEC).
Ano letivo
Na rede municipal, o calendário prevê atividades até o dia 15 de janeiro de 2021, data que marcará o fechamento das 800 horas do atual ano letivo para mais de 5,2 mil alunos.