Desde 2004, quando foi criada, a Consulta Popular – hoje denominada Participação Popular e Cidadã (PPC) – injetou em Venâncio Aires, de fato, pouco mais de R$ 1,5 milhão. Os dados, à disposição no site do Governo do Estado, apontam que, em média, foram repassados à cidade menos do que R$ 140 mil por ano no período. Somente entre 2004 e 2010 (gestões anteriores à de Tarso Genro, do PT), a Capital Nacional do Chimarrão deixou de receber, de acordo com a Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão (Seplag), R$ 600 mil, que seriam investidos em escolas.
Se este dinheiro para a Educação tivesse chegado ao destino – que foi definido como prioridade em anos anteriores -, os repasses da Consulta teriam superado R$ 2,1 milhões, um incremento de quase 30% em relação ao valor que aportou em Venâncio Aires. Embora as críticas sobre a forma como é conduzida a Consulta sejam frequentes, o Governo do Estado mantém convicção de que o processo é transparente e contempla as comunidades que se mobilizam em torno de suas demandas. Segundo o coordenador do Departamento de Participação Cidadã, órgão viculado à Seplag, Nelson Cúnico, o governo tem feito o possível para manter os pagamentos em dia e, com isso, garantir credibilidade à Consulta.
A análise geral não é boa, mas nos últimos anos os valores começaram a pingar nos cofres públicos em maior volume. Desde que o governador Tarso Genro assumiu o Palácio Piratini, em 2011, foram repassados para Venâncio Aires R$ 573.625,10, ou seja, pouco mais de R$ 143 mil anualmente, em média. Um bom desempenho, se levarmos em consideração que ainda restam sete meses para 2014 sair de cena e fizermos um comparativo com os recursos de outros anos. Contudo, não resta dúvida de que a Participação Popular e Cidadã tem muito o que evoluir para ganhar o crédito dos cidadãos gaúchos.