Através do Plano de Necessidades de Obras (PNO), nove escolas estaduais de Venâncio Aires, assim como demais instituições de ensino gaúchas, esperam resolver antigos problemas estruturais e adequar seus espaços às necessidades de aprendizado dos alunos. No entanto, as equipes diretivas das escolas venâncio-airenses foram contatadas e ambas relataram não ter recebido retorno, até o momento, em relação ao andamento do PNO. Enquanto as obras não acontecem, as escolas precisam improvisar e adequar seus espaços para receber os alunos. Os diretores escolares apontaram a falta de espaço físico e os problemas estruturais como as principais dificuldades enfrentadas por professores e estudantes no decorrer do ano letivo.
A falta de espaço nas escolas estaduais, por exemplo, levou a direção da Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Adelina Isabela Konzen, de Vila Estância Nova, a dividir sala de aula ao meio para que o local abrigasse duas turmas.
Para o diretor da EEEM Monte das Tabocas, Nelson Colombelli, a situação obriga os educandários a remanejarem seus espaços e se adaptarem às dificuldades. Ele aponta a presença de goteiras como o principal problema enfrentado pela escola Monte das Tabocas, que atende cerca de 1300 alunos em três turnos, no Centro. “As goteiras atingem diversas áreas do prédio, mas principalmente o refeitório. Quando chove enfrentamos dificuldades para preparar e servir a merenda, assim como para acomodar os alunos”, destaca.
Colombelli conta que, a cada ano, os problemas gerados pelas falhas estruturais da escola se repetem sem que o governo estadual apresente soluções. Segundo ele, em março de 2012, quando o Estado anunciou que a escola seria contemplada através do PNO se criou expectativa em relação às obras. No entanto, o diretor lembra que, em anos anteriores, anúncios semelhantes não foram concretizados como, por exemplo, o repasse de recursos referentes à antiga Consulta Popular e reformas emergenciais anunciadas pelo governo estadual em 2010. Apesar disso, Colombelli se diz confiante para que as obras se iniciem no decorrer de 2013.
Quem também aguarda com confiança e expectativa as obras é a diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) 11 de Maio, Neusa Coletti. No educandário, localizado no bairro Coronel Brito, não há espaço suficiente para abrigar todas as turmas e setores. Segundo Neusa, o prédio da escola possui mais de 50 anos e precisa receber reformas e obras de ampliação. Para acomodar os estudantes, a solução encontrada pela direção da instituição de ensino foi transformar o refeitório em sala de aula e biblioteca. Além disso, a diretora cita a existência de banheiros sem porta e a necessidade de substituição do reboco e pintura da escola, assim como reparos na parte elétrica e a realização de drenagem no pátio.
A professora da turma do terceiro ano da EEEF 11 de Maio, Orlanda Jantsch Henrique, observa que a falta de espaço interfere na aprendizagem dos alunos. “Eles precisam ficar todos muitos juntos e isso dificulta a realização de tarefas diferenciadas”. As aulas da turma atendida por Orlanda ocorrem em espaço improvisado onde funcionou o refeitório da escola. Enquanto a instituição de ensino não recebe melhorias, os estudantes utilizam corredor do prédio como espaço para as refeições.
O coordenador do setor de obras da 6º Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Renato José de Araújo, informou que, até 21 de março, todas as escolas de Venâncio Aires listadas no PNO serão visitadas por engenheiros da CRE para a realização de levantamento das necessidades destes educandários. Até o momento, somente a escola Monte das Tabocas recebeu a visita. Segundo Araújo, ainda não está definido se todas as escolas serão beneficiadas numa mesma etapa. “Depois de concluído o levantamento da CRE, a próxima etapa é a definição da empresa responsável pela elaboração dos projetos, que terá até 120 dias para concluir e repassar os projetos ao Estado”, explica.
Até setembro, Araújo acredita que as obras já estejam em andamento nas escolas de Venâncio. Ele informou que o atraso para a efetivação das melhorias do PNO ocorreu devido ao tamanho do edital, do qual mais de mil escolas deverão se beneficiar, e ao período de encaminhamento de recursos referentes à definição da empresa que elaborará os projetos. As obras nos educandários beneficiados pelo Plano de Necesidades de Obras contemplarão 17 itens. “Todas serão feitas dentro do mesmo padrão, inclusive há a possibilidade de padronizar a cor das escolas”, antecipou.