Estreia da era PIX: uma nova forma de fazer o dinheiro girar

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A cada dia que passa, o dinheiro físico está mais escasso na carteira. Com o avanço da tecnologia e a chegada de aplicativos, os brasileiros têm deixado as cédulas de lado para fazer as transações bancárias por meio do sistema digital. Para algumas pessoas, os aplicativos podem trazer mais praticidade para o dia a dia, já que, não é mais preciso sair de casa para fazer as operações. Contudo, para outros, esta ferramenta ainda causa dúvidas e insegurança.

Nesta segunda-feira, 16, o Banco Central do Brasil deu início ao funcionamento integral do PIX, um meio de pagamento instantâneo e virtual lançado em outubro e disponível para todas as pessoas e empresas que possuem uma conta corrente, conta poupança ou uma conta de pagamento pré-paga em uma das 762 instituições aprovadas pelo Banco Central. Além da facilidade de acesso, a utilização do recurso será instantânea e gratuita para as pessoas físicas pagadoras e terá custo baixo, para pessoas jurídicas.

De acordo com o economista Silvio Cezar Arend, a utilização de serviços financeiros por meio do celular está em constante crescimento. Em consequência disso, as agências bancárias vêm criando incentivos, assim como, redução de tarifas, sem número máximo de transações, para desestimular o uso das agências, promovendo a substituição do caixa eletrônico pelos aplicativos digitais. “Aos poucos, os bancos estão ganhando mais credibilidade e as pessoas estão perdendo o medo de fazer as transações financeiras por meio digital. Por outro lado, aqueles que possuem dificuldade de acesso às ferramentas e que mantêm uma certa resistência à tecnologia, vão continuar fazendo as operações da forma mais conservadora, diretamente nas agências”, afirma.

Para ele, os aplicativos digitais ou os recursos, assim como o PIX, não deveriam ser um motivo de desconfiança, já que, os riscos em fazer transações financeiras on-line estão mais ligadas à segurança pessoal do que, ao procedimento em si. “As pessoas deverão ter mais cuidado com as informações pessoais, quando forem digitadas em computadores, WhatsApp e o próprio celular. Quanto mais avançar o sistema regulador, por meio do Banco Central, mais segurança teremos nos procedimentos”, orienta.

Arend argumenta que o novo aplicativo trará vários benefícios às pessoas físicas, que não precisarão andar com dinheiro vivo na carteira. “As pessoas que tiverem que pagar por uma prestação de serviço, por exemplo, não precisarão ir até o banco ou depender da máquina de cartão para fazer isso pois, por meio do aplicativo, o pagamento poderá ser feito na hora”, avalia. Já, em relação às pessoas jurídicas, o economista observa que muitos empresários ainda estão avaliando as taxas de juros do PIX, antes de adotar o novo sistema.

DIFICULDADE DE ACESSO

Para uma parcela da população, os aplicativos digitais, como o PIX, são uma ferramenta facilitadora. Por outro lado, mais de 45 milhões de brasileiros não têm acesso à informatização e vai continuar fora deste mercado. Segundo o economista, há um número significativo de desbancarizados, pessoas que ainda não possuem acesso ao sistema financeiro ou que não movimentam a conta há mais de seis meses. “No Brasil, a cada três pessoas, uma não possui conta. Um exemplo disso ocorreu durante a pandemia, onde as pessoas contempladas com auxílio emergencial utilizaram mais o dinheiro vivo, porque não tinham acesso a estes serviços”, pontua.

“O PIX vai facilitar muito as transações bancárias”, afirma usuária

O uso dos aplicativos digitais já faz parte da rotina da projetista Lisiele Mariana da Cruz, 23 anos. Há três anos, ela utiliza esta ferramenta e não costuma ir mais até as lotéricas ou agências bancárias para fazer os procedimentos financeiros. Por meio do celular, ela faz várias transações, exceto DOC (transferência bancária limitada a R$ 4.999,99 que entra na conta somente no dia seguinte) pela questão da demora. “Geralmente faço TEDs (transferências bancárias entre contas da mesma agência), para não pagar taxas”, destaca.

Lisiele realiza praticamente todas as operações bancárias por meio de aplicativos digitais (Foto: Eduarda Wenzel/Folha do Mate)

Para Lisiele, o PIX vai facilitar ainda mais o dia a dia de pagamentos. “Vai ser muito bom, principalmente para mim, que não costumo ter dinheiro físico na carteira. Minha conta é totalmente digital, faço tudo pelo aplicativo. Eu nunca vou ao banco, nem mesmo para trocar cheques”, afirma.

Para ela, além de evitar o pagamento de taxas entre transações realizadas por pessoas físicas, o PIX também traz benefícios no controle dos gastos. “Por meio dos aplicativos, consigo controlar o valor em investimentos e poupança e os gastos realizados no mês. Além disso, os resgates financeiros, transferências e aplicações poderão ser feitas na hora, evitando a ida até a agência bancária”, afirma.

A praticidade em receber os valores na hora também vai contribuir com o dia a dia das pessoas, evitando constrangimentos, assim como ocorreu com a Lisele. Ela recorda que uma vez estava em viagem e ficou sem dinheiro físico, porque não costumava carregar cédulas na carteira. “Um valor foi transferido para a minha conta, mas não estava disponível porque a transferência foi feita no fim de semana. Já o PIX, vai aniquilar esta situação”, avalia, pois o aplicativo funciona 24 horas, sete dias por semana, para todos os bancos.

FUNCIONALIDADES DO PIX

1 Com o Pix, não é necessário saber onde a outra pessoa tem conta. Você realiza a transferência a partir, por exemplo, de um telefone na sua lista de contatos, usando a Chave Pix.

2 O aplicativo não tem limite de horário, nem de dia da semana e os recursos são disponibilizados ao recebedor em poucos segundos. O Pix funciona 24 horas, 7 dias por semana, entre quaisquer bancos.

3 As transações de pagamento por meio de boleto exigem a leitura de código de barras, enquanto o Pix pode fazer a leitura de um QR Code.

4 As transações de pagamento utilizando cartão de débito exigem uso de maquininhas ou instrumento similar. Com Pix, as transações podem ser iniciadas por meio do telefone celular, sem a necessidade de qualquer outro instrumento.

A relação do brasileiro com o dinheiro

*O Banco Central do Brasil realizou uma pesquisa, em abril de 2018 para mapear a relação do brasileiro com o dinheiro. A pesquisa foi realizada com dois públicos-alvo: o primeiro abrangeu a população de um modo geral (adultos residentes nas capitais e municípios com 100.000 ou mais habitantes) e o segundo incluiu caixas de comércio e de estabelecimentos de serviço.

*Das pessoas entrevistadas, 96% fazem pagamentos de contas e para compras por meio de dinheiro, 52% cartão de débito, 46% cartão de crédito, 23% débito automático, 16% transferência eletrônica, 11% usam vale refeição e alimentação e 7% usam o dinheiro por outros meios.

8.378.471.230

é o número de cédulas em circulação no Brasil. Sendo que, 148.692.492 são de R$ 1, 1.488.935.036 são de R$ 2, 663.065.920 são de R$ 5, 678.529.924 são de R$ 10, 950.270.417 são de R$ 20, 2.578.927.835 são de R$ 50, 1.841.699.910 são de R$ 100 e 28.349.696 são de R$ 200. O valor total em circulação é de R$ 351.018.921.694,00. Já, o total de moedas é de 27.694.407.594, totalizando um valor de 7.271.260.205,88.

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