Acreditar em um ser superior e em algo que não possa ser visto na forma física, para muitos, vira preciosidade e motivação para a alma. é assim que a fé se caracteriza na vida de muitas pessoas. Um exemplo de que ela move multidões, pode ser observado na procissão de São Sebastião Mártir, ponto alto dos festejos em honra ao padroeiro da cidade. Mas, independente da religião e da forma e intensidade que ela é demonstrada, a verdade é que a fé é um ‘ingrediente’ importante no dia a dia de milhares.
Há quem vê na fé a vontade de um recomeço, de tentar de novo e de não desistir. A professora aposentada Julieta Manoela da Rosa, 71 anos, é assim. Ela se considera uma pessoa religiosa e conta que reza sempre para a Nossa Senhora Aparecida e São Sebastião.
Julieta é católica e toda a vez que se desloca até o centro, não abre mão de passar na igreja Matriz e acender uma vela à Nossa Senhora. No local, ela une as mãos, entrelaça os dedos e pede proteção para toda a família e pessoas que deseja o bem. Em casa, além de rezar, ela faz meditações todos os dias.
A resposta que explique o porquê da fé estar presente na vida dela, se resume em poucas palavras: “é uma luz que ilumina tudo. Sem fé, as pessoas não vivem.” Além disso, Julieta permanece com o sentimento de religiosidade no coração, porque, sempre quando reza, os pedidos se tornam realidade. Admiradora do santo São Sebastião, ela conta que há 35 anos não deixa de participar da procissão de São Sebastião em Venâncio. “A fé é muito importante na minha vida, é tudo de bom”, acrescenta.
CRENçACésar Goes, sociólogo especializado em estudos da religião, explica que a fé é um processo de aprendizado e crença na existência de alguma divindade, ou seja, alguma energia ou vida que não pode ser vista na forma material. Ele comenta que as pessoas creem em Deus ou em alguma energia cósmica, bem como, em um tipo de força que é capaz de determinar a forma de viver e o que de fato as pessoas querem ser.
O profissional ressalta que ter fé está associado ao livre arbítrio, ou seja, não é algo que se impõe, mas sim, que as pessoas escolhem. Algumas pessoas, por exemplo, demoram mais para terem fé, outras não a tem e nunca terão.
No cotidiano, o termo fé se aplica a uma série de situações. A palavra é usada quando alguém caracteriza uma outra pessoa como ‘amiga de fé’, por exemplo. Outro binômio que aparece é a expressão ‘vai com fé e força’, o que demonstra que a fé tem um sentido de universalidade, abrangência e que costuma ser usada pela força simbólica que possui.
Por que ter fé?Segundo Goes, do ponto de vista religioso, a resposta que muito se houve é de que as pessoas têm fé, porque Deus existe, isso quando se trata dos campos católico, cristão e judaico, por exemplo. “Ela não está em questionamento e é tão absoluta, porque o Deus existe”, conta. De acordo com o sociólogo, mesmo quem nunca teve crença em alguma coisa, em um determinado momento, no último limite, passa a ter fé e apelar por um milagre. “Quando nada mais resta na humanidade, ainda resta a crença no divino”, complementa.
Na opinião dele, se a pessoa de fato espera por alguma coisa ainda não conquistada, existem duas possibilidades: ou ela leva isso para o lado da religiosidade ou se conforta com o limite da humanidade.
Melhora através da fé
Há pesquisas muito consolidadas sobre a relação entre fé, bem-estar e saúde. Quando se trata da ciência, de acordo com Goes, não é a existência do toque divino que irá fazer milagres, mas sim, o exercício da fé, que provoca um movimento interior da pessoa. Esse exercício contribui para o melhoramento e até mesmo, cura. Quem tem a fé na melhora, está mais disposto a uma conduta de se recuperar, por exemplo. Isso porque a motivação na vida das pessoas também aumenta e, devido a isso, elas cuidam mais do corpo, da mente, fazem exercícios que, como consequência, resultam em uma melhora na saúde.
