A cada viagem, uma nova experiência de vida

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A privação do conforto de casa e a distância da família são algumas das consequências da profissão, de quem dedica a vida a percorrer diferentes lugares, dentro da cabine do caminhão. Para o caminhoneiro Rodrigo da Costa Gonçalves, 42 anos, funcionário da Transportadora Augusta, esta escolha já está no DNA.

“Meu pai, meus tios e primos seguiram esta profissão. Minhas férias sempre foram na cabine do caminhão, quando íamos acompanhar o meu pai, nas viagens a trabalho. Isso era o nosso lazer”, recorda.

Ele lembra que permanecer dias sem ver o pai já fazia parte da rotina da família. “Conviver com a distância era normal. O nosso fim de semana era quando o meu pai estava em casa. Nas datas comemorativas, nem sempre estávamos juntos, mas isso já era natural para todos nós”, afirma o motorista, que também deixa a esposa Tatiane, 43 anos e o filho Augusto, 22 anos, quando passa períodos longe de casa.

Mesmo sem o incentivo do pai, ele percebeu que era isso que queria para si, depois de trabalhar por oito anos no setor administrativo de uma empresa. “Meu pai sempre considerava a vida de caminhoneiro muito sofrida e não desejava este destino para mim. Mas, eu não fui criado para trabalhar com a rotina”, destaca Gonçalves, que trabalha como caminhoneiro há 10 anos.

Desde que ingressou na Transportadora Augusta, em maio de 2018, ele já percorreu longos trajetos pelo Brasil e países da América do Sul. Na cabine do caminhão baú, com capacidade para transportar até 26 toneladas, ele costuma passar de 10 a 15 dias na estrada. “Todo dia é diferente, sempre tenho histórias para contar. Deito em um lugar e acordo no outro.” Segundo ele, dá para contar nos dedos quais os lugares do Brasil que ainda não conhece. “Pelos estados do Norte do país não rodo tanto, mas os demais, eu já fui”, afirma.

Cabine do caminhão, uma segunda casa

Rodrigo Gonçalves já considera o caminhão como uma segunda casa. Parte dos objetos pessoais do motorista fica na casa onde mora com a família, no bairro Aviação, e o restante, na cabine do veículo. Durante a viagem, ele costuma parar nos postos de combustíveis para dormir. “Geralmente eu mesmo preparo a minha própria comida. Eventualmente, faço as refeições nos restaurantes, até mesmo, para reduzir os custos”, comenta.

Apesar de enfrentar discriminação, principalmente durante a pandemia, (quando precisa fazer uma entrega e nem sempre é bem recebido), e de correr riscos de acidentes e assaltos nas estradas por onde passa, ele tem muito orgulho da profissão. “O que mais marca nas viagens são as pessoas que conheço. Entre uma conversa e outra, aprendo coisas novas, o que me faz pensar na vida”, observa.

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