“Queremos ser o primeiro país livre do tabaco”. A manifestação é do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e foi feita durante a cerimônia de lançamento do sétimo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre epidemia global do tabagismo, na sexta-feira, 26, no Rio de Janeiro. Por ter implementado, no mais alto nível, as seis estratégias propostas no pacote intitulado MPower contra o tabagismo, o Brasil sediou o lançamento da sétima edição do relatório da OMS. O Brasil foi o segundo país a implementar as seis estratégias, todas com nível de excelência (o primeiro foi a Turquia). Por isso, sediar o lançamento do relatório é o reconhecimento da OMS pelo empenho dos governos comprometidos com a luta contra o tabaco.
O WHO Report on the global tobacco epidemic (Relatório da OMS sobre a epidemia global do tabaco) foi apresentado pelo diretor da Tobacco Free Initiative da OMS, Vinayak Mohan Prasad. De acordo com o documento, muitos governos estão fazendo progressos nesse campo. Cerca de 5 milhões de pessoas – quatro vezes mais do que há uma década – vivem atualmente em países que introduziram pelo menos uma medida efetiva para o controle do tabaco, como advertências sanitárias nas embalagens, oferecimento de rede de assistência para quem quer deixar de fumar e aumento, em pelo menos 75%, dos impostos dos produtos derivados do tabaco. Essa, aliás, foi a última das seis medidas implementadas pelo Brasil: em 2018, os impostos sobre a marca mais vendida no País chegaram a quase 83% de acréscimo.
A diretora-geral do INCA, Ana Cristina Pinho, destacou a articulação intersetorial que permitiu que o Brasil conseguisse não só introduzir as seis medidas do plano MPower, mas também ocupar uma posição de liderança mundial na implementação da Convenção-quadro para o controle do Tabaco.
“Ainda temos muito o que fazer. Mas sem o apoio do Legislativo, as medidas de controle do tabaco demorariam muito mais tempo para serem aprovadas. Sem a Receita Federal, sem o Ministério da Justiça, sem o Ministério da Economia, não teríamos avançado tanto. O que se arrecada em impostos é troco perto do que se gasta com o tratamento das doenças relacionadas com o tabagismo. Nós queremos ser primeiro mundo quando se fala de saúde pública, da luta contra o tabagismo. Vamos ter um país livre do tabaco”, prometeu o ministro da Saúde.