Consideradas essenciais para garantir a água em volume e qualidade necessários para abastecer a população de Venâncio Aires, as ações de proteção das nascentes têm recebido atenção especial, no município. O trabalho é coordenado pelo Comitê das Nascentes do Arroio Castelhano, que conta com representantes de secretarias municipais, Emater, Corsan e integrantes dos Rotarys Club Venâncio Aires e Chimarrão.
Os clubes de serviço têm contribuído com recursos para a aquisição do material necessário para as obras. Na próxima semana, devem iniciar o trabalho em duas vertentes: em Linha Arroio Grande e Harmonia da Costa. “Além disso, há previsão se conseguirmos fazer mais nascentes por meio dos Rotarys”, afirma o servidor público Rui Delcio Schwinn, integrante do comitê.
Além disso, ele ressalta que, com a finalização do processo de registro de preços da Prefeitura para compra dos materiais necessários para o trabalho, novas nascentes devem ser contempladas em breve. Até o fim do ano, a ideia é utilizar, pelo menos, os R$ 26 mil referentes a uma emenda impositiva da Câmara de Vereadores. “Esse valor precisa ser investido até o fim do ano e, se conseguirmos realizar a obra em mais nascentes, temos à disposição o valor do Fundo de Gestão Compartilhada da Corsan”, explica Schwinn.
Entenda
A revitalização das nascentes inclui o isolamento da área, para evitar a contaminação da vertente com dejetos animais ou outros materiais, e impedir que animais pisoteiem a terra e fechem a fonte. Em algumas situações, também é realizado o encanamento da água e a construção de um reservatório, para que seja utilizada pelas famílias. Parte da água sempre segue o caminho normal do córrego para desembocar no arroio.
O trabalho é realizado com mão de obra de servidores da Prefeitura, em parceria com os proprietários das áreas onde estão as nascentes. O investimento médio gira em torno de R$ 4 mil. O tempo e o valor necessário para a obra em cada local variam, já que algumas estão em pontos de acesso mais dificultado. Além disso, Schwinn observa que, em muitos momentos, o trabalho acaba sendo prejudicado por conta das condições climáticas.
Cerro do Baú
Neste ano, duas nascentes já foram revitalizadas: uma localizada em Linha Cachoeira Baixa, com recursos do Rotary, e outra no Cerro do Baú – esta, do arroio Taquari Mirim – cujo investimento foi da Prefeitura. De acordo com o integrante do comitê, Rui Schwinn, embora a nascente do Cerro do Baú não seja do Castelhano, ela foi considerada prioritária pois abastece parte da comunidade de Vila Arlindo e também é utilizada por servidores que trabalham no Britator da Prefeitura. “É uma questão de saúde pública”, explica.
Nos últimos anos, 17 nascentes foram revitalizadas em Venâncio. Além disso, a Emater estima que, entre 1995 e 2018, outras 39 fontes foram recuperadas por programas como RS-Rural e recursos da Secretaria de Agricultura e das famílias. Em torno de 80 ainda devem ser recuperadas.
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