O próximo fim de semana no Rio Grande do Sul pode chegar a marcas próximas dos 50 graus. Um recorde que, se confirmado, quebraria as maiores marcas registradas nos últimos 100 anos.
Mas, antes de sofrermos com o possível calorão, a MetSul Meteorologia explica que há muitos fatores a serem considerados. Quem tem previsto um aumento drástico na temperatura no Estado é um modelo meteorológico norte-americano GFS. Segundo a projeção, há possibilidade de temperatura de 47 graus na área de Porto Alegre na próxima semana.
Conforme a MetSul, essas ondas de calor têm aparecido em diversos sites e aplicativos que oferecem previsão do tempo gerada por computador a partir de um ou mais modelos, sem consulta de um meteorologista.
Antes de tudo, é preciso entender o que é um modelo meteorológico. De acordo com a MetSul, são previsões feitas por supercomputadores, que analisam inúmeros cálculos a partir de equações matemáticas realizadas em determinado número de horas a partir das observações de satélites, estações de superfície e outros equipamentos. A partir do processamento destes dados, que são indexados no computador, são feitas simulações futuras.
As projeções de modelos para sete a dez dias no verão são menos confiáveis do que no inverno, segundo a MetSul. Isso porque a atmosfera mais quente e instável facilita mudanças radicais e frequentes. Em contrapartida, no outono e no inverno as previsões costumam ser mais regulares e com menos alterações.
Por isso, para a MetSul, esse modelo projetado é um misto de ceticismo, cautela e atenção. “Ceticismo porque uma máxima de 47ºC não apenas dizimaria o recorde de Porto Alegre de 40,7ºC de 1943, como também do Rio Grande do Sul de 42,6ºC de 19 de janeiro de 1917 (Alegrete) e 1º de janeiro de 1943 (Jaguarão)”, destacou a meteorologista e sócio-diretora da Metsul, Estael Sias.
Já cautela e atenção porque, mesmo que o modelo esteja exagerando, há uma sinalização de risco de um evento extremo. Nesse sentido, a previsão do tempo pelos meteorologistas não é feita valendo-se de um só modelo.
“Em síntese, o risco de calor extremo na metade do mês é real, mas os valores apresentados pelo modelo GFS por ora duvidosos”, concluiu Estael Sias.
*Com informações do site da MetSul Meteorologia.