Onda de calor segue até o meio da semana, projeta NIH

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Nos últimos dias, não houve quem não precisasse recorrer a um ambiente climatizado ou a uma muito bem-vinda garrafa de água gelada para tentar fugir das elevadas temperaturas. Nesta semana, os termômetros de Venâncio Aires chegaram, nos primeiros dias, a marcas muito próximas dos 40ºC. Na terça-feira, 4, por exemplo, Quaraí, na fronteira com o Uruguai, quebrou o recorde gaúcho desde 1910 (início da série história), com 43,8ºC registrados – a cidade mais quente do Brasil naquele dia.

A onda de calor, segundo a meteorologista do Núcleo de Informações Hidrometeorológicas (NIH), da Univates, Maria Angélica Cardoso, deve seguir por mais alguns dias. O NIH projeta que as altas temperaturas permanecem até terça-feira, 12, quando uma frente fria aparece no estado, trazendo chuvas e condições amenas. No entanto, até lá, a sensação de calor extremo deve se intensificar. Após quinta e sexta-feira com o tempo mais agradável por conta do período chuvoso, de hoje, 7, a terça-feira, 11, a máxima varia entre 38ºC e 41ºC, com o pico na segunda-feira, 10.

“É uma massa de ar quente, que, pela circulação, joga esse ar em direção à superfície e vai aquecendo. Então, pela pressão, libera o calor junto à superfície, o ar quente sobe e assim vai dando o efeito de calor, não se tem nuvens e os raios do sol aquecem mais a superfície”, explicou, em entrevista ao programa jornalístico Folha 105 – 1ª Edição, da rádio Terra FM.

Sensação térmica

Os dias quentes também provocam distorções na sensação térmica, o que aumenta mais a impressão do calor. A meteorologista explicou que esse dado, embora tenha aspectos pessoais, que vão depender do ambiente, tipo de roupa usada, entre outros, também tem relação direta com o nível de umidade do ar.

“Quando nós temos, por exemplo, uma massa de ar muito seco, a sensação térmica é mais próxima do que a medida no termômetro. Mas quando se tem uma temperatura elevada e uma umidade relativa do ar alta, há uma sensação térmica muito maior do que o apontado no termômetro”, disse. Isso ocorre porque, nos dias secos, o suor evapora quase imediatamente na pele, ao contrário dos períodos úmidos, quando o tempo está abafado.

O médico Luiz Dalprá, porém, adverte que os dias secos e quentes merecem atenção redobrada, uma vez que a desidratação não é tão perceptível, justamente pela ausência de suor na pele. “Especialmente com idosos, que às vezes precisam ser lembrados de tomar água”, adiciona.

Outro item que precisa ser observado para evitar dificuldades por conta do calor é o índice de radiação. Maria Angélica, durante o programa, contou que a partir do número 8, já é considerado muito alto, por isso é importante evitar o sol entre 10h e 16h, usar camiseta, protetor solar e chapéu para proteger os ombros.

Volta da chuva

  • O período seco, que não se resume apenas à onda de calor atual, já provoca estiagem em diversos municípios gaúchos, com alguns deles em decreto de emergência.
  • No entanto, segundo Maria Angélica, as notícias são boas para os produtores rurais nos próximos dias.
  • A partir do dia 11, terça-feira, até dia 15, sábado, a região volta a receber chuvas um pouco mais parelhas – sem que sejam muito localizadas, como nos últimos dias.

Roupas brancas contra o calor

  • Por mais contraditório que pareça, a recomendação para quem trabalha diretamente exposto ao sol é usar camisetas de manga comprida, por cobrir todo o braço, segundo a meteorologista.
  • Outra dica importante é priorizar roupas brancas, porque o tecido, quanto mais claro, possui maior capacidade de reflexão da radiação. Enquanto as peças escuras têm maior absorção, esquentando mais.
  • “Se você observar nos filmes as pessoas que moram no deserto, elas estão sempre com túnicas de cor branca, porque reflete melhor a radiação e, então, tem uma sensação de menos calor”, exemplificou a profissional.
  • Além disso, Maria Angélica recomenda uso de tecidos com proteção contra raios UVA e UVB. Peças de algodão também são úteis, porque bloqueiam a radiação.

Médico fala sobre os riscos para a saúde

Para o médico Luiz Dalprá, o principal cuidado, nas épocas mais quentes do ano, deve recair sobre pessoas idosas que administram medicamentos para controle de hipertensão e pessoas altas e magras, mesmo que jovens. Segundo o profissional da saúde, nessa época, em virtude do forte calor, é comum sentir tonturas e ficar com a visão turva após movimentos bruscos, como se levantar após um período deitado ou sentado.

Essa dificuldade é chamada de hipotensão postural. Para evitar consequências mais graves como desmaios, Dalprá recomenda que, ao se levantar, se aguarde alguns segundos, já que quedas podem causar lesões sérias.

Ar-condicionado

Muito comum no verão, o uso de instrumentos para deixar ambientes climatizados é muito importantes para o bem-estar, melhor desempenho no trabalho e nas aulas e até para garantir uma noite de sono confortável. Todavia, seu uso deve ser feito com moderação, como aponta o clínico geral.

“Quando o corpo se acostuma com uma temperatura muito baixa e vamos para outro local muito mais quente, as veias da pele se dilatam, podendo causar queda de pressão”, afirma. Dessa forma, a maneira ideal de usar o ar-condicionado é deixá-lo em uma temperatura equilibrada, entre 23ºC e 25ºC. “Por exemplo, o hábito que muitas pessoas têm de dormir em uma temperatura tão baixa a ponto que é necessário usar cobertores não é legal. O ar-condicionado deve ser usado apenas para gerar conforto”, conclui.



Juan Grings

Juan Grings

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Repórter na Folha do Mate e na Rádio Terra FM.

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