Postes de concreto representam 84% do total na rede elétrica de Venâncio

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Dos 25,8 mil postes da rede elétrica de Venâncio Aires, 4 mil ainda são de madeira. RGE investiu R$ 21 milhões no município em 2024.

A RGE projeta para os próximos anos a continuidade da substituição de postes de madeira por concreto em Venâncio Aires. Dos atuais 25.882 postes instalados no município, 21.880 são de concreto (84% do total) e 4.002 de madeira. A expectativa é de que até 2026, o percentual de madeira diminua ainda mais – só em 2024, foram 1.517 substituições.

Os dados foram apresentados pelo Consultor de Negócios da RGE, Cristiano Guedes da Silva, durante entrevista ao programa Terra em Uma Hora, da Terra FM 105.1, na quinta-feira, 30 de janeiro. “Tem tido um esforço da RGE em trazer modernidade e segurança para a rede. Em 2024, fechamos o ano em toda área de concessão com mais R$ 1,2 bilhão em investimentos nos 381 municípios atendidos. Em Venâncio, foram mais de R$ 21 milhões em estrutura.”

Falta de energia

Conforme a RGE, o principal desafio relacionado à falta de energia é que, a cada 10 eventos, sete são relacionados a agentes externos, ou seja, 70% do que acontece na rede é em função de vegetação, como galhos e árvores que atingem os fios. Segundo Cristiano Guedes da Silva, a melhoria no tempo de resposta é atuar em cima desse ponto. Ele lembrou que, em Venâncio, há um convênio com a Prefeitura, desde 2017, chamado Arborização + Segura. Na prática, é realizado o plantio de árvores menores sob a rede de distribuição em substituição às árvores que interferem na rede.

“Os outros 30% são questões como cabos rompidos, defeitos no ramal do cliente, até um caminhão que bate no poste. Não estamos nos eximindo das nossas responsabilidades, mas o principal desafio é esse. Do ponto de vista de operação, é o que podemos fazer enquanto coletividade, para que o reflexo da interferência na rede seja minimizado”, observou Silva.

Quedas seguidas na rede elétrica dia 24 de janeiro

  • No dia 24 de janeiro, sexta-feira, casas e estabelecimentos de Venâncio foram surpreendidos com inúmeras quedas de energia, tanto pela manhã, quanto pela tarde. Segundo Cristiano Guedes da Silva, houve um defeito num alimentador na subestação em Linha Ponte Queimada.
  • “Quando tem defeito na rede, o centro de operação já estabelece as possibilidades de manobra na rede. Toda carga precisa ser substituída nas redes que já são interligadas. Então esses ‘piscas’ que aconteceram foram as manobras de recomposição. Paralelamente a essa manobra ocorreu outro defeito na passagem de uma estrutura. Traz transtornos, mas foi necessário.”
Consultor de Negócios da RGE, Cristiano Guedes da Silva, participou do Terra em Uma Hora na semana passada (Foto: Lucas Elsenbach/Terra FM)

“Não diferenciamos rural de urbano”

Um dos principais pontos levantados durante a entrevista com o consultor de Negócios da RGE, Cristiano Guedes da Silva, foi o tempo do restabelecimento de energia no interior de Venâncio Aires, quando acontecem temporais, por exemplo. Ele explica que a equipe trabalha em dia de sol para evitar transtornos em eventos maiores. “Escutamos muitas reclamações do interior, mas hoje posso garantir que a estrutura de atendimento é muito maior e mais robusta que anos anteriores. Traz uma segurança maior para a rede. Claro que em situações de temporal, de eventos climáticos de maior envergadura, temos dificuldades maiores, como qualquer outra frente de trabalho, sem falar das condições de acesso. Mas não diferenciamos rural de urbano. Para nós é o cliente.”

Região serrana e a vegetação

De acordo com Silva, a região serrana de Venâncio Aires, nos últimos tempos, têm sido pauta devido à demora no restabelecimento da luz em situações de temporal, por exemplo. “Existem algumas crenças que se criaram de que o interior é colocado à parte, e não é isso. Quando tem um evento maior de atendimentos, precisa seguir uma cronologia, um ‘caminho elétrico’.” Ele explica que são duas subestações na cidade, em Linha Ponte Queimada e na região do Parque do Chimarrão, o que demanda percorrer essas redes da fonte até a carga. “É inevitável que quem mora no interior, mais afastado dessas subestações, tenha um tempo maior de recomposição. Porque precisa averiguar todos os pontos desse alimentador e são quilômetros de rede até chegar, por exemplo, em Linha Marmeleiro.”

Ele mencionou ainda que, devido à vegetação, com árvores e galhos caindo sobre a rede durante os eventos climáticos, também prejudica o trabalho. “Em muitos lugares do interior o plantio de árvores não respeita a faixa de licenciamento, que é 7,5 metros para cada lado do eixo da rede. Temos tido apoio grande da Prefeitura em ações de mutirão, apoio com maquinário, para manter essa faixa longe de vegetação. Mas precisamos reforçar e amadurecer isso.”

Carga maior na rede elétrica

Questionado sobre as dificuldades de investimento por parte de agricultores no interior devido à ‘luz mais fraca’, Cristiano Guedes da Silva afirmou que não há restrição de orçamento na companhia para qualquer que seja a necessidade de adequação. Segundo o consultor de Negócios da RGE, o que acontece com frequência é que existem situações em que o custo para operacionalizar a alteração na rede se torna compartilhado.

“Recebemos a demanda, independente de ser rural ou urbano, analisamos o caso e, constando que o custo é de responsabilidade da distribuidora, vai fazer a obra. Às vezes tem o custo compartilhado e, quando o cliente recebe a informação, não dá sequência. E aí não tem o que fazer, precisa ter a contrapartida. Sobre isso não tem percentual fixo, depende de carga e área construída.”

Silva explica que, havendo necessidade de complementação de rede (monofásica para trifásica, por exemplo), existe participação financeira. “O segundo critério é carga superior a 50 mil watts. Digamos que tenho instalado 20 quilowatts e quero mais 30. Até 50, após o aumento de carga, não teria custo, desde que tenha rede trifásica na alta tensão e baixa tensão apenas monofásica.”

73 – é o número de eletricistas da RGE na base de Venâncio Aires que tratam só com operação de campo, além da equipe de manutenção.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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