Consequências da estiagem: arroios secos e plantações prejudicadas

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Morador de Linha Lucena, no interior de Venâncio Aires, há cerca de 10 anos, Wilson Weschenfelder nunca tinha visto o arroio que leva o mesmo nome da localidade em situação tão crítica. Há cerca de 15 dias, o aposentado percebeu que a água de um afluente do arroio Lucena, que passa pela sua propriedade, parou de correr. “Virou um tapete de rochas”, comenta.

O que restou foram pequenas poças com água parada, onde duas vacas de um vizinho buscam refúgio para saciar a sede. Além disso, em uma cascata localizada em uma parte do arroio que passa pela propriedade onde vive só restaram as pedras. A água também parou de correr há pouco mais de duas semanas. Nas margens do córrego, a situação também preocupa: grama e plantas, como a guanxuma, muito resistentes, estão secas.

A situação é reflexo da falta de chuva que vem sendo registrada desde o fim do ano passado no Rio Grande do Sul e tem afetado diferentes setores, em especial o agrícola, que sofre com perdas na produção, o que gera prejuízos para o bolso dos agricultores. Durante o deslocamento para Linha Lucena, outros moradores da localidade também relataram à reportagem da Folha do Mate preocupação com a atual conjuntura, em especial com o baixo nível do arroio que passa pela localidade.

Cascata do arroio Lucena na propriedade de Wilson Weschenfelder já não tem mais queda de água há cerca de 15 dias (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

CHUVA

Na avaliação de Weschenfelder, serão necessários cerca de 200 milímetros de chuva para que a água volte a correr normalmente no arroio. “Não precisa ser tudo de uma vez só. Mas precisamos de muita chuva”, observa. O aposentado também acredita que as consequências do que está sendo visto no interior podem chegar à cidade, uma vez que o arroio Lucena deságua no arroio Grande, que desemboca no arroio Castelhano.

Em relação à água para consumo, o morador relata que só consegue ligar o motor do poço artesiano da sua propriedade 15 minutos por dia, em razão da vertente estar fraca. Além disso, ele e a esposa apostam no racionamento e reaproveitamento da água. “Com esses dias quentes, o pouco de água que ainda tem empossado irá evaporar”, projeta.

Baixo nível do arroio Lucena também pode ser visto em ponte localizada em Linha Brasil, nas proximidades da ERS-422 (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

ABASTECIMENTO

Neloci relata que no tempo que mora no interior ainda não tinha visto uma ‘seca’ tão forte (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

Também moradora de Linha Lucena, Neloci Thiesen Neves tem recebido a ajuda da Prefeitura para ter água potável para consumo. Antes mesmo do Natal, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural começou a fazer o abastecimento do poço, com capacidade de aproximadamente quatro mil litros, localizado na propriedade da aposentada. “Cuidando, essa água dura uns 20 dias”, compartilha.

Na propriedade há duas vacas de leite, seis bois e 19 ovelhas. De acordo com Neloci, os animais ainda estão tomando o pouco de água que resta no arroio Lucena. “Se continuar assim, vamos ter que dar água para todos os animais no balde, porque o sol vai secar as poças do arroio”, comenta. Além disso, ainda foi necessário aumentar a quantidade de trato para os animais, pois a grama não tem sido suficiente para a alimentação deles.

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