Dois dos três acusados de participação no latrocínio praticado no ano passado, em Mato Leitão, foram condenados pela justiça de Venâncio Aires em primeira instância. Cristiano Luís Lopes, o Quitinho, 25 anos, e Luciano Andre Pereira, 37 anos, são apontados como autor e mandante do crime, respectivamente. O terceiro suspeito, identificado como Enilson Flores, o Feijão, 22 anos, continua foragido. Cabe recurso à decisão.
O roubo seguido de morte foi praticado na tarde do dia 12 de setembro de 2012, no acesso que liga a RSC-453 ao centro de Mato Leitão. A vendedora Delci Maria Bresciani, na época com 57 anos, se preparava para fazer a última entrega de cigarros e outras mercadorias a um cliente, quando foi surpreendida por dois motociclistas. Depois, retornaria para Lajeado, onde morava.
Segundo apurado pela Polícia Civil, o caroneiro da moto era Quitinho. Ele desceu armado e abordou a vítima. Ela teria reagido e acabou atingida por seis tiros. Na sequência, o rapaz roubou sua bolsa – que continha dinheiro, cheques e documentos -, embarcou na moto e a dupla fugiu em direção à RSC-453. Feijão seria o condutor da moto. A mulher morreu no local.
Durante as investigações, os policiais descobriram que havia um mandante para o crime. Quitinho e Feijão teriam sido contratados por um comerciante, que tinha dívidas com a vítima fatal. Os agentes do Setor de Investigações (SI) chegaram ao nome de Luciano André Pereira, 37 anos, e confirmaram que no dia do latrocínio, a dupla passou horas jogando bilhar e bebendo no bar de Pereira, no centro de Mato Leitão.
As investigações também revelaram ligações telefônicas entre os suspeitos, antes e após o crime. “Naquele dia, os dois ficaram no bar até que a vítima passou por lá e então deram uns minutos e saíram para executar o plano”, concluíram os agentes do SI.
Os policial também ressaltaram que a execução do plano se deu naquele momento, pois Delci se dirigia ao último cliente e, portanto, estava em poder de uma alta soma em dinheiro. No entanto, esclarecem que o comerciante teria contratado a dupla para roubar o dinheiro da vendedora e não para matá-la. Como ela reagiu, acabou morta e o que seria um assalto se transofrmou em um latrocínio.
Quitinho foi o primeiro a ser identificado. Ele prestou depoimento, mas não ajudou muito. Foi reinquirido e seu depoimento possibilitou à polícia elucidar o caso. A moto usada no crime, uma Yamaha YBR, foi apreendida. Ele teve a prisão preventiva decretada e no dia 6 de novembro, foi levado à cadeia. Pereira foi preso dez dias depois. Ambos encontra-se recolhidos no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.
JULGAMENTO
Por se tratar de um caso de latrocínio, a Justiça analisa primeiro a intenção de praticar o assalto, sendo a morte uma consequência. Assim, os acusados não são julgados em júri popular e sim, pelo juiz responsável pelo caso.
Desta forma, Quitinho e Pereira foram sentenciados pelo juiz João Francisco Goulart Borges. O primeiro recebeu uma pena de 20 anos de reclusão. Pereira, que segundo apontado pelas investigações é o mandante do crime, recebeu 22 anos de condenação. Mesmo presos, ambos têm direito de recorrer desta decisão.
O terceiro indivíduo apontado como participante no crime também vai responder por latrocínio. Feijão, no entanto, será julgado em um processo separado, visto que segue foragido.