Um morador de Linha Olavo Bilac está lançando uma ideia para auxiliar em um problema que vem à tona em todos os verões: a falta de água. O assunto está em pauta nos últimos meses, após o nível do arroio Castelhano baixar significativamente. Famílias em diferentes localidades sofrem pela falta de abastecimento e, sem chuva, precisam de auxílio de caminhão pipa. Há mais de um mês, aliás, o Município tem decreto de racionamento de água, com possibilidade de multa para quem descumprir as regras.
Muito se fala sobre a criação de um lago artificial em Venâncio Aires, a exemplo do Lago Dourado, de Santa Cruz do Sul. A ideia é pautada pela Administração Municipal, Câmara de Vereadores e por moradores que se dispuseram a auxiliar de algum jeito. A família Henkes, por exemplo, formalizou recentemente a cedência de uma área de 23,7 hectares, às margens da RSC-453, para construção de um reservatório.
Diante disso, o assunto tem se tornado frequente e novas frentes se apresentam. Morador de Linha Olavo Bilac, o agricultor Pedro José Fischer entrou em contato com a Folha do Mate para mostrar um exemplo de reservatório que existe na propriedade da família e poderia ser feito no município. Mais do que isso, ele também apresenta uma área – a qual considera ideal – para que a iniciativa seja colocada em prática.

Ocupada pela família Fischer há mais de 100 anos, a área hoje conta com seis famílias vivendo na localidade. Há cerca de 10 anos, foram construídos açudes nas terras de Jader Spindler, o Baré. “Ele é meu sobrinho e não está mais em Venâncio. Fiquei responsável por manter tudo em ordem”, diz Fischer. A área de 25 hectares, que fica em Linha Olavo Bilac, conta também com vegetação e fica 1,5 quilômetro da Estação de Tratamento de Água (ETA). Além da criação de peixes, os açudes servem para hidratação do gado. “Usamos para o gado e, principalmente, para a preservação da natureza. É um exemplo de uma água limpa e sem poluição próximo do Castelhano”, reforça. O reservatório conta com cerca de 1,5 hectare só de água, já que os açudes têm cerca de quatro metros de profundidade.
O agricultor diz que quer mostrar o exemplo para que as pessoas vejam que é possível manter um reservatório com água limpa e preservada. “Eu considero a água um bem comum para toda a região. Se não tem água, não tem vida. Precisamos ajudar a fazer alguma coisa”, analisa. Fischer é também presidente da Associação São Judas Tadeu, do bairro Grão-Pará, e argumenta que a participação da comunidade nas iniciativas relacionadas à água está prevista na Política Estadual de Recursos Hídricos.
Sugestão de área
Além de apresentar os açudes da família, Fischer também sugere uma área que fica na localidade de Grão-Pará para a implantação do projeto de um lago artificial. Ele salienta que a área é ideal pela proximidade com o arroio Castelhano e com a Estação de Tratamento de Água (ETA). A área sugerida, segundo ele, é dos herdeiros de Arthur Emílio Weizenmann, que tinha uma olaria no local, antigamente.
Hoje, a terra pertence a quatro herdeiros, sendo um deles Maurílio Weizenmann. Ele elogia a atitude de Fischer, morador sempre engajado com as causas da comunidade e que conhece bem a região. “Não posso falar por todos os proprietários, mas podemos conversar sobre a possibilidade”, afirma. A área de 13,5 hectares fica distante cerca de um quilômetro do arroio Castelhano.
