Todo município que conta em sua estrutura com a Secretaria de Assistência Social está dotado de uma rede de proteção à mulher, com órgãos que dão suporte para que casos bárbaros como o desta sexta-feira não ocorram. Além dos serviços oferecidos pela pasta, na Capital Nacional do Chimarrão há ainda o Posto de Atendimento à Mulher (PAM), com funcionamento junto à Delegacia de Polícia (DP) e que cuida especificamente de questões envolvendo vítimas do sexo feminino.
Há mais de 20 anos atuando como assistente social, Ana Cláudia do Amaral Teixeira, que também é vereadora e recentemente deixou a Secretaria Geral de Governo, afirma que esta rede tem estrutura sólida em Venâncio Aires. Ela sugere que a morte da empresária Ivani Inês Echer, de 56 anos, tenha ocorrido antes da vítima tomar a decisão de tornar eventual conflito público, pelo menos, entre seus familiares. “Em muitos casos, a pessoa prefere manter o sigilo em relação ao problema. é uma coisa que fica velada, escondida. As mulheres, por vezes, acham a situação tão humilhante e sentem tanta vergonha que não falam a respeito. E, quando falam, normalmente não são levadas a sério”, relata a assistente.
Ana Cláudia sustenta que há uma dificuldade exagerada no sentido de conscientizar as pessoas para que se utilizem desta rede de atenção disponível. Segundo ela, há quem ainda entenda como normal a agressão decorrente de desentendimento entre um casal. “Por incrível que possa parecer, temos as pessoas que ainda seguem o ditado de que ‘em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher’. é um absurdo, mas uma realidade”, comenta. Ela concorda que a Lei Maria da Penha, sancionada em setembro de 2006, contribui para coibir os casos de abuso contra mulheres, mas também alerta que muitas barreiras precisam ser superadas em relação ao cumprimento efetivo da legislação e criação de outros mecanismos que reduzam este tipo de ocorrência. “Tem de acabar de uma vez por todas”, completa.
ACOMPANHAMENTO
Responsável pela Coordenadoria Municipal da Mulher e também presidente do Conselho Municipal da Mulher, Claidir Trindade garante que a Prefeitura de Venâncio Aires acompanha muitas mulheres vítimas de violência e disponibiliza, inclusive, tratamento com profissionais experientes. Atividades que vão desde o acompanhamento em exames de corpo de delito (após os registros de ocorrência no PAM, por exemplo) até consultas com assistente social, psicóloga e psiquiatra. “Atuamos de acordo com a demanda. Atendemos até mesmo mulheres que demonstram carência e que, apenas com uma conversa, já se sentem melhores. As situações mais complicadas são as que envolvem crianças”, diz Claidir.
Leia a reportagem completa na edição deste final de semana da Folha do Mate.
