Neste domingo, quando celebra-se o Natal, a data pede reflexão e, principalmente, união entre as famílias. Natal até pode ser tempo de presentear, mas, também, é o momento de nos questionarmos e nos darmos conta de tudo o que podemos aprender com ele.
A data simboliza o nascimento de Cristo e, segundo o padre da Paróquia São Sebastião Mártir, Marcelo Carlesso, o Natal é uma ocasião de fé e, por isso, deve sempre ser olhado nesta perspectiva.
Conforme o padre, as datas mais importantes para os cristãos são o Nascimento e a Morte de Jesus, celebrados no Natal e Páscoa. Para estas duas ocasiões, por exemplo, a igreja católica chama os cristãos para um longo momento de oração e preparação interior chamados de Advento e Quaresma.
ENSINAMENTOSMarcelo Carlesso ressalta que, no sentido religioso, uma das principais mensagens que o Natal transmite é de que Deus não abandona as pessoas. A data, segundo ele, trata-se de uma festa da família e que faz lembrar a importância que ela tem. Além disso, com o Natal é possível aprender a necessidade de se ter humildade na vida. “é só olharmos para onde Jesus nasceu e como veio a este mundo. Isso nos lembra que somos pequenos diante de tudo o que existe”, comenta.
Na opinião dele, são instigados sentimentos bons nas pessoas, como a solidariedade, união, generosidade e amor ao próximo. Embora seja uma época em que as pessoas costumam estar sobrecarregadas em função dos afazeres, confraternizações de fim de ano, cansaço e preocupações, o Natal as faz olhar a vida com ‘outros olhos’.
O padre comenta que seria interessante se os bons sentimentos que a data faz renascer não ganhassem espaço apenas no fim de ano, mas em todos os dias. “Celebrar bem o Natal é permitir que um sopro de renovação entre em nossa alma e coração. é como se uma brecha deixasse o ar novo entrar em nosso interior que, muitas vezes, é tão sufocado por várias coisas. é a esperança que brota e que renova a vida e as pessoas”, opina.
SENTIDO DO NATALPara Carlesso, o real sentido da data tem sido deixado de lado nos últimos anos por muitas pessoas e dado lugar a outros sentimentos e atitudes. “O Natal, como qualquer festa cristã, é muito mais do que um feriado”, complementa. Ele explica que quando não é acompanhado de uma preparação espiritual, em família ou em comunidade, o Natal perde o sentido e passa a ser fuga, materialismo e consumismo.
O padre acredita que nos dias de hoje, devido às correrias do dia a dia, tem sido um desafio para todas as pessoas viver de forma intensa os símbolos natalinos, as confraternizações da data e os sentimentos que ela aflora. “é isto que os pais devem ensinar desde pequenos aos filhos para que o sentido não se perca por completo diante de muitas outras coisas”, complementa.
Conforme o religioso, torna-se importante transmitir às crianças, desde já, o verdadeiro sentido da data e isso pode ser feito por meio de explicações de que todos os dias podem ser transformados em Natal, onde as pessoas se visitam, se ajudam, agradecem, praticam o bem e se perdoam. Ele aconselha que os pais ou responsáveis construam o presépio junto aos pequenos para trabalharem a união e soltarem a imaginação. “Conte para as crianças a história do Natal por meio de historinhas e filmes infantis, de figuras para colorir, ”, recomenda.
CUIDADOS IMPORTANTESConforme o pastor da Paróquia Evangélica de Venâncio Aires, Lair Hessel, o Natal trata-se de uma comemoração importante na vida de muitas pessoas, porque remete ao passado e, em alguns casos, aos bons momentos da infância. Além disso, para ele, a data faz florescer nos corações antigas esperanças, desejos e sonhos profundos. Na noite de Natal, o pastor ressalta que não se pode deixar de lado o abraço fraterno, o sorriso e o sentimento de amor.
Contudo, Hessel comenta que é importante tomar alguns cuidados em relação à data, como não subestimar o Natal, já que ele apenas foi introduzido na igreja cristã no século IV. “Portanto, na origem da igreja cristã, a festa do Natal nunca ocupou este lugar de destaque, esta importância e valor que tem hoje”, conclui.
VALORES INVERSOSO pastor também recomenda que as pessoas não tornem o Natal uma festa de compensação. “As crianças são, ainda, as mais presenteadas. O que a mídia procura acentuar de forma especial para estimular as vendas do comércio”, comenta.
Ele percebe que muitos pais fazem do Natal uma ‘festa de compensação’, por não conseguirem, em alguns casos, serem tão presentes ao longo do ano. Deste modo, quando a data chega, para compensar a ausência e distanciamento, ‘enchem’ os filhos com presentes: “Mas por mais caros e bonitos que sejam, não têm o poder e a força para substituir o pai ou a mãe na vida do filho. Serão os presentes, então, um mero ‘faz de conta’”.
Além de não tornar a data algo apenas comercial, Hassel considera importante não tradicionalizar o Natal. “Muitos só festejam, porque ‘sempre foi assim’. Pensando bem, é loucura festejar , gastar e consumir tanto como costumamos fazer no Natal, quando se vive em um mundo com tantas necessidades e carências”, destaca.
