
De muito valor histórico para a Igreja Católica, os livros de tombo são onde estão registrados os acontecimentos históricos, os atos e fatos significativos e os procedimentos administrativos de maior relevância das paróquias, seminários e santuários. São importantes fontes de informação não só sobre o catolicismo mas também sobre o desenvolvimento da sociedade civil.
Em Venâncio Aires, o primeiro livro tombo da Paróquia São Sebastião Mártir data de 1914 e chegou ao município pelas mãos do então arcebispo de Porto Alegre, Dom João Becker, que deu início aos registros com o relato da sua visita pastoral. O pároco da época, Mathias José Gansweidt, teve a tarefa de resgatar a história anterior a essa data e, desde então, todos os seguintes ajudaram a redigir os livros de tombo.
De acordo com o atual pároco, João Alberto Konzen, já se está no sétimo livro. Todos sempre foram escritos de forma cronológica e em próprio punho, no estilo de redação de cada pároco.
Apesar de voltar-se ao registro da vida da comunidade paroquial, os livros de tombo também se configuram em uma importante fonte de informação sobre a história da sociedade civil. Como diz Konzen, ajudam a zelar pela memória histórica de um povo. “Tanto, assim, que muitos dos livros históricos de diferentes países têm sua fonte nos livros tombo paroquiais.” No Brasil, salienta que os principais registros referentes aos séculos 15 e 16 vêm da Igreja Católica.
QUASE CONFIDENCIAL
Conforme o pároco, os livros de tombo da Igreja Católica apresentam caráter quase que confidencial. Ficam arquivados nas sedes das paróquias, seminários e santuários, de onde dificilmente saem. “Para sair, tem que ter uma licença toda especial, ou do pároco ou do bispo, para um empréstimo, mas o normal é que não saia.”
Ele explica que os livros de tombo podem ser consultados por pesquisadores, mas há restrições em função de algumas informações serem de uso interno. “O livro de tombo é um documento que a igreja guarda com muito zelo e carinho”, destaca.